sexta-feira, 6 de maio de 2011

sp-arte

Esta matéria foi originalmente publicada na Revista RG, que já está nas bancas.

O Fabuloso Encontro das Artes

Por Camila Alam

Imagine reunir em um só local artistas como Anita Malfatti, Damien Hirst, Alfredo Volpi, Leon Ferrari e muitos outros. Este encontro, talvez possível em imaginação, se torna real entre os dias 12 e 15 de maio, durante a sétima edição da SP-Arte, feira que une o que há de melhor no mercado da arte nacional e internacional.

Em sua sétima edição, a SP-Arte não só se mostra mais respeitada aos olhos dos comerciantes, como se revela ainda maior, atraindo apreciadores, curiosos e entendidos. O hot spot é o suntuoso Pavilhão Cicillo Matarazzo, o mesmo que recebe a Bienal. Durante os dias do evento, 85 galerias dividem espaço amigavelmente e trazem à tona mais de 2500 obras de artistas consagrados e emergentes em uma verdadeira celebração a arte e ao poderoso mercado que a sustenta.

Idealizadora e diretora da feira, Fernanda Feitosa acredita em um principal mérito da SP-Arte. Assim como um grande museu, a feira é capaz de despertar nos visitantes a paixão permanente pela arte. “É importante para o artista ter público e para gerar uma economia criativa. Mas além de tudo, participar de vida cultural de um país é um ato cidadão”, diz a empresária.

Além de passear por acervo tão amplo e entrar em contato com a obra de brasileiros ilustres de diferentes gerações, como Cândido Portinari, Leonilson ou Cildo Meirelles, o visitante tem oportunidade de mergulhar no universo de grandes nomes da arte contemporânea ainda pouco vistos no país. É o caso do grego Jannis Kounellis ou da fotógrafa americana Francesca Woodman, ambos com espaços garantidos na agenda da Tate Modern londrina. Ou ainda de Bunny Yeager, queridinha pin up dos anos 1950 e amiga de Betty Page, que naquela época abandonou as poses em frente às câmeras e se tornou “a fotografa mais linda do mundo”. O escultor norte americano Richard Serra, único a possuir uma exposição permamente no Guggenheim de Bilbao, também entra no hall dos imperdíveis, assim como Damien Hirst e Marina Abramovic

“Gostar de arte é um exercício constante. Ao longo da vida o gosto vai mudando e esse processo leva a vida inteira”, diz Feitosa, que ultimamente tem se encantado com a vídeo arte dos brasileiros Eder Santos ou Leonora de Barros. Deste principio pessoal, parte o maior conselho da empresária para quem já investe ou quer investir neste mercado. “Além do valor comercial, é necessário manter um diálogo com a obra que se quer comprar. A regra número um é perceber o sentimento transmitido pela obra e a emoção que ela lhe proporcionará. Para esperar retorno financeiro, é melhor investir na bolsa de valores”, brinca.