sexta-feira, 5 de novembro de 2010

paulo caruso - avenida brasil

AVENIDA BRASIL: ENFIM UM PAÍS SÉRIO!
Paulo Caruso
Devir Livraria, 96 págs, R$ 29,50

Desde a década de 1970, o cartunista Paulo Caruso lança seu olhar sobre a política brasileira na série Avenida Brasil, que tem como personagem principal uma via pública fictícia por onde circulam em bares ou barbearias os políticos que tomam os noticiários. É “a via das dúvidas”, enfatiza o autor. Originária da série Bar Brasil, uma metáfora adequada aos tempos da ditadura, esta Avenida Brasil já rendeu títulos que enfocam os principais acontecimentos dos últimos governos.

Próximo ao fim do segundo mandato do Presidente Lula, o cartunista lança Enfim um país sério!, o segundo sobre o governo do petista, antecedido por Se Meu Rolls-Royce falasse (2006). Nesta coletânea, treze histórias relembram com humor casos ocorridos nos últimos anos. Elas abordam a ascensão de mulheres a cargos públicos, as relações do governo com a América Latina, a eleição de Barack Obama ou a prisão do ex governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

No capítulo XI, Caruso faz uma pausa na temática política para homenagear artistas falecidos que agora armam festas entre as nuvens. Carlos Drummond de Andrade, Cartola, Tom Jobim e Vinicius de Moraes ficam perplexos com a chegada de Michael Jackson, que dança seu tradicional moonwalk sobre a lua. “Durante esses trinta anos, a cada semana, depois de concluída mais uma página, me perguntava como seria a seqüência final desta história. Essa experiência agora se encerra aqui, com o fim de uma era”, diz o autor.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010

lugares, estranhos e quietos

WIM WENDERS - LUGARES, ESTRANHOS E QUIETOS
Museu de Arte de São Paulo
Até janeiro de 2011

Convidado pela 34ª Mostra Internacional de Cinema, o diretor alemão Wim Wenders veio a São Paulo para uma série de encontros. Também trouxe à capital paulista a exposição Lugares, Estranhos e Quietos, realizada pelo MASP, onde expõe 23 grandes fotografias inéditas no país, onde o diretor/fotógrafo exibe seu olhar sobre as cidades pelas quais já viajou.

Japão, Alemanha, Israel, Armênia e Estados Unidos são alguns dos países selecionados. A maioria destas fotografias, já expostas em outros museus pelo mundo, foi feita nas cidades que serviram de locações de seus filmes, mas há também cenas registradas em São Paulo e Salvador.

Em sua maioria, enfocam paisagens vazias, peculiaridades urbanas e tipos locais. Este ano o diretor é homenageado pela Mostra, que exibe alguns de seus filmes, como sua versão especial de Até o fim do Mundo (1991), além de Asas do Desejo (1987), Paris, Texas (1984) e O Filme de Nick (1980).
quarta-feira, 3 de novembro de 2010

criando imagens para cinema

KUROSAWA – CRIANDO IMAGENS PARA CINEMA
Instituto Tomie Ohtake
De 22 de outubro a 28 de novembro

Este ano, a 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo estende suas atividades para além das salas de cinema. Em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, realiza homenagem ao centenário de nascimento do diretor japonês Akira Kurowasa na exposição Criando imagens para o Cinema.

Em cartaz até 28 de novembro, a mostra reúne 80 desenhos de storyboard, espécie de história em quadros feitas para ilustrar o roteiro, de filmes como Sonhos (1990), Rapsódia em Agosto (1991) e Madadayo (2003). Vindas de Tóquio, estas imagens revelam o talento do diretor como artista plástico, além de mostrarem precisão se comparadas às cenas dos filmes posteriormente gravadas. Estes desenhos mostram emoções dos personagens, detalhes de figurino ou locações, com enquadramentos e composições estruturadas, que caracterizam cenas vistas em toda sua filmografia. Kurosawa tinha, quando adolescente, aspirações de pintor. Chegou a ser admitido em importantes exposições japonesas quando mais tarde optou pelo cinema.
terça-feira, 2 de novembro de 2010

wesley duke lee

WESLEY DUKE LEE
Pinakotheke São Paulo
De 23 de outubro à 4 de dezembro

O paulista Wesley Duke Lee, morto este ano, tem sua trajetória homenageada em mostra que leva seu nome, realizada pela Pinakotheke São Paulo. O dia da abertura (23 de outubro) foi escolhido por marcar a realização do primeiro happening no Brasil, ainda em 1963, quando o artista reuniu amigos no João Sebastião Bar como forma de protestar contra galerias que rejeitaram seus trabalhos.

Em exposição na Pinakotheke estarão pinturas, desenhos e instalações que foram pouco ou nunca mostradas em público, vindas principalmente de coleções particulares. O curador Max Perlingeiro aponta a generosidade de amigos e da família, que permitiu a pesquisa em acervos antigos do artista. Divida em salas cronológicas, a exposição abrange as décadas de 1950 à 1990 e o caminho das obras será acompanhado por trechos de uma longa entrevista em que Lee conta à TV Cultura, em 1991, detalhes de sua trajetória diversa.

A exposição dá ênfase a uma série de cartas trocadas por Lee e sua noiva – mais tarde esposa – Lydia Chamis. No catálogo da mostra, amigos como Tomaz Souto Correa, Nelson Leirner, Antonio Dias e Carlos Vergara são depoimentos sobre o artista. – CA