sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

arctic monkeys at the apollo


Assim como tantas outras, a banda inglesa Arctic Monkeys despontou na internet em 2004 e ganhou o mundo com rapidez. Mas a carreira dos garotos de Sheffield continua em ascensão. Depois de dois álbuns de estúdio, lançados em 2006 e 2007, a banda alcançou os cinemas. O curioso Arctic Monkeys at the Apollo ficou pouco tempo em cartaz no Brasil, mas chega agora ao país em DVD. Mais do que um registro de um grande show, o filme funciona como um retrato de quatro jovens que parecem estar, por acaso, tocando suas músicas em cima de um palco.

O clima está longe de ser intimista, mas é essa a impressão. Isso porque o expectador não enxerga o público, exceto em raras ocasiões onde a câmera é localizada atrás palco, as luzes se acendem e é possível ver uma multidão de Manchester, dançando ao som de hits da banda. O olhar do diretor Richard Ayoade se faz presente em lentas movimentações de câmera que contrastam com o ritmo acelerado de canções como I Bet You Look Good on the Dance Floor, Brianstorm ou Fluorescent Adolescent.

O concerto é bem parecido com o que os brasileiros presenciaram no Tim Festival, em 2007. Exceto pelo fato de que, estando em casa, Alex Turner e sua turma se tornam mais simpáticos. Entre uma canção e outra, o vocalista, reconhecidamente tímido e pouco falante, arrisca até algumas piadas.

Hot site aqui.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

notórios cubos de weissmann


Há cinqüenta anos, Frans Weissmann (1911 – 2005) participava da primeira Exposição de arte neoconcreta no Brasil, ao lado de Amílcar de Castro, Lígia Clark e outros. Na época o entusiasmo era embalado pelo Manifesto Neoconcretista, publicado por Fereirra Gullar no Jornal do Brasil, em 1959. O escultor, nascido na Áustria e trazido pequeno ao País, foi pioneiro ao trabalhar com formas geométricas vazadas e notório por dar forma a esculturas lineares em bronze, argila ou fios de aço.


Desde a quinta-feira 11, o Instituto Tomie Othake, em São Paulo, recebe a mostra Frans Weissmann – Anos 50: Experimentação e Lirismo, uma reunião de 11 peças daquela época, ao lado de outras três confeccionadas nos anos 00. O curador Marcus de Lontra Costa acredita que a mesmo a longa diferença de tempo entre as criações não afeta o estilo do escultor. Ao contrário, as peças novas seriam um misto de reciclagem e ampliação da idéias de Weissmann. “Há cinqüenta anos, ele lançou as bases do pensamento estético nacional. Agora, o visitante terá contato direto com uma produção de grande valor histórico e estruturadora de importantes questões presentes na ação contemporânea”, explica Costa. A mostra fica em cartaz até fevereiro de 2009.
foto: Coluna concreta nº 1,1952 - 1972,Aço pintado preto 180 X 32 X 32 cm
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

os últimos redutos



Entre os morros Corcovado e Dois Irmãos, numa Rio de Janeiro de outrora, o príncipe regente encanta-se com um terreno onde funcionava um antigo engenho de açúcar, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas. Foi ali, que Dom João VI manda criar o Jardim de Aclimatação, um ano após a chegada da família Real ao Brasil. Duzentos anos depois, o hoje conhecido Jardim Botânico do Rio de Janeiro, comemora a data lançando Árvores Notáveis (Andrea Jakobsson, 300 págs, R$ 220), livro que narra brevemente a história do lugar e chama a atenção por catalogar, com belas aquarelas, não só as famosas palmeiras-imperiais, mas inúmeras espécies de árvores, plantas e flores identificadas no jardim.

Por meio da riqueza de detalhes das imagens, os ilustradores Paulo Ormindo e Malena Barretto, mostram ao leitor, leigo ou não, minúcias que passam despercebidas mesmo pelo visitante mais atento. “As ilustrações botânicas são recortes da natureza que nos dão a entender infinitas formas e cores, trazendo à tona aquele que está fora do nosso alcance , camuflado nas matas e florestas”, diz Ormindo, na apresentação do volume, do qual também é organizador.

No perfil de cada planta, e também nas páginas finais, um guia ajuda o leitor a identificar o lugar em que cada uma se encontra no jardim, que é aberto a visitação pública desde 1819. Naquela época, porém, ainda fazia-se necessário o acompanhamento de um guarda imperial durante o passeio. Àrvores Notáveis funciona como uma contribuição à pesquisa e a história, mesmo papel desenvolvido por grandes jardins em diferentes partes do mundo.

Os espaços botânicos não tratam apenas de biodiversidade e preservação, mas também, de beleza e misticismo. Sobre isso, a Editora Senac lança Do Éden ao Éden (324 págs, R$ 80), de Gil Felippe e Lílian Penteado Zaidan. Juntos, os autores (ele, botânico e ela, bióloga) fazem um estudo sobre diversos jardins históricos, como os de Pisa, Pádua, Amsterdã e Copenhague. Começando com os mitológicos Éden e os Suspensos da Babilônia, o livro narra também a história dos primeiros jardins asiáticos até chegar à modernidade de espaços como os de Nova York. Apresentando o volume, o biólogo e pesquisador Oswaldo Fidalgo faz uma conclusão enfática. “Nesse mundo em transformação com a elevação da temperatura, a poluição e suas conseqüências, espécimes vegetais que caminham para a extinção talvez encontrem nos jardins botânicos seu último reduto, seu alento final”, diz.

Foto: Portal do Tempo (fundos do Portal das Belas Artes)
Antonio Semeraro Rito Cardoso / Jardim Botânico do Rio de Janeiro
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

explode mas não cai


Alguém aí afim de fortes emoções? A franquia européia Carga Explosiva sempre levou aos cinemas o que os apreciadores de um bom filme de ação procuram. Alta velocidade em carrões importados, algumas cenas de pancadaria, um protagonista carismático, porém durão, e uma linda mulher para distraí-lo durante uma importante missão. Na terceira seqüência da série, que estreiou na sexta-feira 12, o cardápio não é diferente. O filme agrada, porém, ao não exagerar nos absurdos efeitos especiais concebidos em Hollywood.
Jason Statham assume novamente o papel de Frank Martin, um refinado entregador de mercadorias suspeitas, ora mocinho, ora bandido. Desta vez carrega uma importante e sedutora moeda de troca, que o faz quebrar suas rígidas regras. O francês Luc Besson (diretor de O quinto elemento e Joana D’Arc) é responsável pela produção e roteiro, mas deixa a direção a cargo de Olivier Megaton.
O ator principal é especialista em artes marciais, o que faz com que as cenas de luta sejam especialmente bem feitas. Atenção, meninas! (que provavelmente acompanharão os namorados ao cinema)
Já viram um "striptease marcial"? =)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

fds cheio

Aproveitando a sexta-feira, vamos falar de programas de fim de semana?

Amanhã a tarde, a Nike Sportswear inaugura a sua primeira loja no Brasil. A marca foi criada em agosto desse ano e é focada na cultura street (que a gente tanto gosta). Fiquei muito feliz de saber que ela chega fora do circuito Oscar Freire. O lugar é a gostosa Praça Omaguás, em Pinheiros. Durante a inauguração nesse sábado, vão acontecer alguns shows bem bacanas de rock e hip hop durante toda a tarde. E a loja ainda vai promover workshops, cursos e exposições. É só ficar atento ao site. Ainda dá pra dar um passeio, com livros e cafés, na Fnac. Ótimo programa, só torcer pro sol raiar!

E no domingão, lá na discreta entrada da Rua Augusta, o Sarajevo promove o Sacolão de Domingo. A festa diurna tem início às 14h e receberá, além dos usuais DJ’s, exposições fotográficas, curtas-metragens e esquetes de teatro durante toda a tarde. Destaque para Otis Trio, grupo paulista de jazz experimental e para o workshop realizado pelo coletivo Arac, especialista na cultura sticker. E o melhor... 1 real pra entrar! Programação completa aqui.

Até semana que vem!
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

kings of leon @ DC



Quero falar pra vcs do show do Kings of Leon que assisti em Washington DC. Tudo bem que hoje faz exatamente um mês (foi no dia 10 de novembro), mas ainda acho válido, já que se trata mais de emoções do que de qualquer outra coisa, certo?

Pois bem, tinha assistido aos caras num longínquo 2005, numa época em que o Tim Festival ainda era confiável e acessível. E acho que seria impossível revê-los aqui no Brasil da mesma forma. Em três anos, muita coisa mudou e a banda evoluiu. Naquela época, lembrem-se, eles abriam para o Strokes (oi? quem?). Conversando com um gringo na porta do show e comentando sobre a primeira vez que os assisti, ele prontamente me respondeu: "Nossa, mas naquela época eles nem eram famosos!". Pois é. Pode ser que pra ele não. Pode ser que para os Estados Unidos não.

O lugar do show não poderia ser melhor. Pequeno, bem organizado e com uma ótima acústica, o Constitution Hall, no centro da cidade, fica ao lado dos monumentos, museus e memoriais famosos de DC. Naquele dia 10, 3,700 pessoas (capacidade máxima e ideal do lugar) tinham seus lugares prontamente reservados. Reservado era também o público. Eitcha, povinho desanimado! Pode até ser que eu estivesse empolgada demais (especialmente depois de algumas Bud Lights - rs), mas era engraçado ver que a galera só se animava, de verdade, durante os solos!

Depois de umas horas de espera, com duas bandas de abertura (ai, esqueci os nomes, nem eram tão boas), eles entraram no palco com Closer, boa faixa que abre também o último cd, Only by The Night. O set list inteiro, acreditem, foi impecável. E fiquei feliz de ver uma mescla bem feita de todos os quatro cds. Crawl, My Party, Molly's Chambers, Sex on Fire, Use Somebody, On Call, Slow Night, So Long. Uma atrás da outra. Por duas horas. Sem fôlego. Demais!

E o bis foi especial. Caleb voltou sozinho ao palco escuro, iluminado só por um spotzinho amarelo. Começaram os acordes da primeira parte de Knocked Up, que é pra mim uma das músicas mais fueda deles. Depois, para completar os sete minutos de música, Jared, Nathan e Matthew voltam ao palco, iluminado novamente, e foi emocionante. Pra fechar a noite, Manhattan, Charmer e Black Thumbnail. Quer mais alguma coisa?

Set completo:
Closer, Crawl, My Party, Razz, Molly's Chambers, Taper, Jean Girl, King of The Rodeo, Sex On Fire, Fans, Revelry, Milk, Four Kicks, The Bucket, McFearless, Use Somebody, On Call, Cold Desert, Slow Night, So Long. BIS: Knocked Up, Manhattan, Charmer, Black Thumbnail.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

back in the hood


Genteeemmm
Depois de uma breve viagem com muita diversão e frio, alguns dias de chuva na praia, inúmeros pedidos, enxurradas de e-mails, incessantes alertas de msn e um digníssimo comentário do roteirista Hiroshi Maeda, o blog volta a ativa!! (eeeee)

Já era pra eu ter feito isso há um tempo, mas confesso que fiquei com um pouco de preguiça durante as férias e resolvi aposentar este ilustre espaço por tempo indeterminado. Mas isso são águas passadas! A partir dessa semana, quero falar aqui de algumas coisas bacanas que vi lá fora(show do kings of leon em DC, algumas exposições em NY...), continuar com o conteúdo "agenda" fornecido aqui e publicado originalmente em CartaCapital, além de comentar sobre aquelas bobagens legais que a gente vê por aí e quer dividir com alguém.


Portanto, como diria o Lombardi... Aguardeeeemmmm!

bjos!
foto: google
sexta-feira, 21 de novembro de 2008

!!!!

Gentem, tenho taaaaanta coisa pra falar!
Mas prometo que semana que vem o blog volta a ativa!
bjos!
domingo, 9 de novembro de 2008

yes, we can!





(sem acentos, ok?) =)

As imagens acima sao de um super painel, localizado em frente as escadarias do Lincoln Memorial, em Washington DC. A enorme tela branca foi tomada por votos de felicitacoes ao recem eleito Barack Obama, com letras e mensagens diversas, de todos os lugares do mundo. O slogan maior da campanha esta tambem nos dizeres que encabecam o painel: Congratulations President Obama. Change won't be easy but together, as one world, yes we can.

A Obamania esta mesmo no ar! Selecionei algumas mensagens que me chamaram mais atencao:


(essa e a melhor de todas! rs)
E tambem deixei minha marca por la!

Um dos poucos espacos em branco que consegui achar... Dentro do D!
Logo volto com mais!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008

uhuuuu

Gentem!

Vou curtir umas férias e já volto, tá??
Mas vou tentar não abandonar o blog. Portanto, aguardem dicas culturais de outros ares!

uhuuuu!
quarta-feira, 29 de outubro de 2008

grafitti em galeria (de novo)

Nunca

Esta semana abriu na Galeria Bergamin a exposição Contra o Verso, que reúne obras de oito street artists brasileiros.

Lá estão painéis, colagens, fotos e esculturas de Bruno9Li, Flavio Samelo, Flip, Herbert Baglioni, Nunca, Onesto, Sesper e Tinho, sob curadoria de Carmo Marchetti. Conheci alguns desses artistas em Porto Alegre, quando fui visitar a Transfer, uma mega exposição de grafitti no Santander Cultural da capital gaúcha*. Até reencontrei o Tinho na própria Galeria Bergamin, quando eles estavam montando a exposição há um mês.

Demorou pra irmos lá prestigiar a galera do street art nacional que, cada vez mais, está dominando as galerias. Não só do Brasil, como do mundo! Vide a fachada da Tate, em Londres. Do mesmo jeito que acho bacana a iniciativa das galerias em elevar a arte de rua a um patamar, digamos, mais sério, também acho que eles fazem isso com um pouco de atraso. Ao meu ver, parece que esses galeristas estão começando a descobrir uma linguagem que há anos está nas ruas. Lugares em que passamos todos os dias estão recheados de arte, feitos por bons artistas, muitas vezes anônimos. Portanto, fiquem atentos por aí, mas também não deixem de prestigiar as galerias que abrem espaço pra essa galera!

* Já falamos da Transfer aqui, aqui e aqui.
Bruno9Li
Flip
segunda-feira, 27 de outubro de 2008

nova arte nova

Mariana Palma
Sem titulo – 2007
Óleo sobre tela
250 x 100 e 250 x 150 cm

É difícil caracterizar o período artístico em que vivemos, mas sobram novos e jovens artistas buscando dar forma um estilo fresco. Bom lugar para a difusão de idéias são as mostras coletivas que reúnem, em um só lugar, pintura, fotografia, vídeos e performances. A mais recente delas é Nova Arte Nova, realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, que reúne nada menos que 57 artistas, de 14 estados brasileiros.

A idéia é apostar na diversificação, trazendo ao visitante um panorama do que está sendo montado Brasil por artistas na faixa dos 30 anos. A fotografia embaralhada do baiano Gaio Matos ou o óleo moderno e detalhista da paulista Marina Palma convivem com a instalação sonora da carioca Lívia Moura. O curador Paulo Venâncio Filho acredita que tamanha variedade possa identificar uma geração. “São artistas que absorvem e reagem às variadas direções artísticas globais, mas formados com uma consciência critica de sua história. A diversidade pode, efetivamente, ser apreciada como um panorama coerente e esclarecedor”, diz.

Aproveitando para debater sobre o papel da arte contemporânea, o CCBB recebe as palestras das estrangeiras Ann Gallagher, curadora da Tate Modern (amanhã - 28 de outubro), e Briony Fer, professora da UCLA (06 de novembro).
Gaio Matos
Da série duplos – 2008
Impressão fotográfica
165cm x 50 cm
Renda - 20062008 (obra em processo continuo)
Plasticos do consumo cotidiano costurados na maquina de costura.
Maquina de costura e cd player com som de maquina costurando.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008

um clássico


Ai, já to vendo o tamanho da fila de sneakerheadz querendo comprar o Nike AIR MAX 90. Esse modelo foi lançado na década de 90 e virou febre. Todo mundo queria o tênis com os detalhes pink-chiclete que virou um clássico! Aqui no Brasil era ainda mais difícil, já que o tinha que ser importado. Agora, a Nike relança com exclusividade nas terras tupiniquins o modelo Air Max 90 Infrared, igual o original da década passada. O modelo chega nas lojas amanhã e, se alguém pensa em adquirir, corra! São só 42 pares disponíveis em três lojas de São Paulo (Doc Dog Sneakers, na Maze e na Grapixo). Eu diria que vale as 350 pilas!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008

wonder woman

Adoro quando a gente consegue juntar várias coisas que gostamos numa só. E foi por isso que eu amei o projeto da estilista Diane Von Furstenberg, que une quadrinhos e moda! Diane desenhou uma mini-coleção inspirada na Mulher Maravilha e, para acompanhar, lançou a HQ Be The Wonder Woman You Can Be: The Adventures of Diva, Viva and Fifa.

Tudo bem que eu não li e todos concordamos que Diva, Viva e Fifa são péssimos nomes de personagens, mas achei bacana a intenção de inspirar a mulherada a ser suas próprias heroínas, de preferência usando um daqueles vestidos lindos! Loosho! A história é escrita pela própria Diane, ilustrada por Konstantin Kakanias e lançada em parceira com a DC Comics. Está a venda por tempo limitado no site, por $25 doletas, e a renda é revestida pra uma ONG chamada Vital Voices, que ajuda na educação de mulheres em todo mundo.
Mais Wonder Woman by DVF
segunda-feira, 20 de outubro de 2008

karim rashid e a beleza

Sofá Spline (2003)

Para o designer egípcio Karim Rashid o que importa é a beleza. “Acredito que poderíamos estar vivendo em um mundo onde exista de fato contemporaneidade inspiradora em objetos e espaços”, ele diz em seu karimanifesto, publicado em seu site oficial. A beleza, porém, não é apenas decorativa. Famoso por criar objetos que além de bonitos, são úteis, Rashid já desenhou os mais diversos utilitários, de cabides à porta-guarda-chuvas, além de mobiliários e luminárias. Na moda, já criou frascos de perfumas para Kenzo e camisetas para Lacoste, além de ter firmado parceria com a brasileira Grendene. O sapato de plástico Melissa High ganhou proporções gigantes e virou instalação à porta da Galeria Melissa, em São Paulo.
Também na capital paulista, o instituto Tomie Ohtake apresenta a primeira mostra do designer no Brasil. A partir de 23 de outubro, Karim Rashid – Arte e Design num Mundo Global apresenta cerca de 60 obras, entre objetos e mobiliários, vindos do acervo do museu alemão Die Neue Sammlung, em Munique, sob curadoria de Albrecht Bangert. "Espero que as pessoas se libertem da nstalgia. Se é da natureza humana viver de passado, para mudar o mundo é preciso mudar a natureza humana", completa o artista em seu manifesto.
Melissa High
Vaso Ego (2003)
sexta-feira, 17 de outubro de 2008

álvaro siza em dupla homenagem


Às margens do rio Guaíba, em Porto Alegre, Álvaro Siza trouxe o Guggenheim para o Brasil. Ou quase isso. Ispirado pelo museu de Nova York, o renomado arquiteto português, hoje com 75 anos, projetou os mínimos detalhes da nova sede da Fundação Iberê Camargo, na capital gaúcha. Não só as belas linhas e curvas horizontais que moldam o prédio ou os corredores labirínticos, e quase claustrofóbicos, que ligam as grandes salas de exposição. Siza projetou ali os móveis de escritório e as placas de sinalização. Acreditem, as lixeiras e os porta-canetas também.

Primor que o fez levar pra casa o Leão de Ouro, na 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002. Com a sede inaugurada, desde maio deste ano, seu criador recebe dupla homenagem. Em parceria com a instituição, a editora Cosacnaify lança Fundação Iberê Camargo – Álvaro Siza (192 págs, R$ 85), uma compilação sobre a história do projeto, do papel à realização, com fotografias, plantas e textos, organizados por Flávio Kiefer. “A inauguração da sede é um desses acontecimentos em que o prazer e a emoção de desfrutar duas obras primas conjugadas – a pintura de Iberê Camargo e a arquitetura de Álvaro Siza – encobrem a lembrança de que há muito pouco tempo Porto Alegre vivia uma realidade completamente diferente”, diz o organizador, na apresentação do volume.

Enquanto isso, em São Paulo, o arquiteto é tema da exposição Modern Redux, em cartaz desde a quinta-feira 16, no Instituto Tomie Ohtake. Sob curadoria de Jorge Figueira, a mostra enfoca as mais recentes produções de Siza e apresenta 12 importantes projetos por meio de maquetes, desenhos e fotos.

Interior da Fundação, em Porto Alegre. (Foto: Leonardo Finotti)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

n' roll - nova opção nas bancas

O revista em quadrinhos N’Roll (Ed. Rodie Crew, R$ 3,90) chegou este mês às bancas do Brasil com uma diferente proposta temática. Tentando aliar a imagem à música, a série não possui personagens ou enredo fixo, mas sim, narra histórias baseadas em letras de canções conhecidas pelo público que aprecia rock, em especial o heavy metal.

Produzida por brasileiros, a revista será distribuída mundialmente em três idiomas (português, inglês e alemão). Na primeira edição, a arte de Wagner Nogueira dá vida ao roteiro de Gustavo Fiali, idealizador do projeto e ex-integrante da equipe de Maurício de Souza. Time to be Free, canção do primeiro álbum solo de André Matos (ex-vocalista das bandas Angra e Shaman), é o mote para o desenvolvimento do personagem central, um jovem que busca se libertar de íntimos demônios.

No final, uma pequena entrevista com André Matos e sua opinião sobre a interpretação da canção. Na próxima edição, é a vez de Nightwish, com Amaranth. Achei uma idéia bem original e que poderia ser estendida para outros estilos! Fiquei pensando em várias letras que seriam super legais de serem adaptadas. O que acham? Sugestões?
segunda-feira, 13 de outubro de 2008

toc toc


Em meados de agosto, o incêndio que atingiu o Teatro Cultura Artística, em São Paulo,
interrompeu a temporada do espetáculo Toc Toc, do francês Laurent Baffie. Quase dois meses depois, a montagem dirigida por Alexandre Reinecke volta aos palcos, desta vez no Teatro Gazeta, com cenário e figurinos restaurados.

Em uma sala de espera de um consultório médico, seis pacientes (Angela Barros, Flavia Garrafa, Márcia Cabrita, Marat Descartes, Riba Carlovich e Sergio Guizé) aguardam a chegada do famoso doutor Stern, muito recomendado para o tratamento de TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo. A comédia se desenvolve a medida que o tempo de espera pelo tal doutor aumenta. Ansiosos, os pacientes começam a expor particularidades da doença, que atinge cada um deles de maneira diferente, como mania de limpeza, obsessão por cálculos ou simetrias.

Enquanto a assistente do médico (Carô Parra) anuncia mais algumas horas de atraso, o grupo busca alternativas para matar o tempo. Um jogo de tabuleiro e a análise em grupo fazem com que os pacientes sintam-se a vontade para debater sobre seus problemas. Toc Toc foi sucesso de público e crítica na França em 2005. A adaptação brasileira é divertidíssima e fica em cartaz até 23 de novembro.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008

a estréia solo de Grampá

A estréia de Rafael Grampá em vôo solo pelo universo dos quadrinhos é empolgante e, ao mesmo tempo, cruel. Ganhador do prêmio Eisner, ao lado dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, com a antologia independente 5, Grampá lança este mês Mesmo Delivery (Ed. Desiderata, 48 págs, R$ 39,90), que narra a sinistra história de uma empresa de carregamentos.

Influenciado pelos western spaghetti, de Sergio Leone, ou pelas séries de ficção, como a americana Além da Imaginação, o ilustrador monta um cenário violento e sombrio, em cores quase monocromáticas. Os quadros de ângulos improváveis, que parecem estar em constante movimento, assim como a riqueza de detalhes dos cenários, são um atrativo à parte.

Para ilustrar uma passagem de tempo, Grampá faz uso de cartazes de propagandas, como quando o intervalo comercial interrompe um filme em uma cena de decisão. Nota-se no caldeirão de influências um quê de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, seja nos diálogos ou na maneira como tratar a violência. Ainda sim, Mesmo Delivery mantém a originalidade e a surpresa de uma encomenda inesperada.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008

michelangelo didático


Busto de Bruto

Quando uma obra recebe tamanha importância, a ponto de tornar-se patrimônio da humanidade, dificilmente ela será vista fora de seu lugar de origem. Para isso, faz-se uso de réplicas. O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo, traz ao Brasil a inédita Michelangelo em Contexto, uma grandiosa exposição que reúne 25 grandes esculturas em gesso do gênio renascentista italiano.

As estátuas, preparadas com base nos moldes originais, especialmente para o Brasil, possuem selo de autenticação da Gipsoteca Dell’Istituto Statale d’Arte, de Florença, e foram motivo de longa espera por parte do Museu. “Demoramos cerca de dois anos para conseguir completar as negociações entre os dois países. Mas entende-se essa burocracia e complexidade quando se trata de Michelangelo”, diz Jorge Landmann, diretor do Museu.

Réplicas não menos especiais, as esculturas recebem tratamento vip no Brasil. Para preservar a exposição, que custou cerca de R$ 1,5 milhão a patrocinadores, foi montado um exclusivo sistema de vigilância e iluminação dentro do Museu paulistano. “É uma mostra histórica”, diz Landmann. Entre as 25 peças, estão obras ímpares como Davi, Pietà Rondanini e Busto de Bruto. Personagens esculpidos a extrema perfeição que, como conta a história, só faltam falar.



Apesar de dedicar-se amplamente à escultura e à pintura, o artista que libertava as figuras do mármore nunca abandonou o lápis. Dois de seus valiosos desenhos originais - Madonna col Bambino, de 1525, e Nudo di Schiena, de 1504/1505 – foram cedidos pela Fondazione Casa Buonarotti e nunca saíram da Itália.


Os especialistas italianos Patrizia Pietrogrande e Eugênio Martera, responsáveis pela curadoria da mostra, ao lado de Jacob Klintowitz, curador geral do MuBE, optaram por fazer um panorama didático das artes no período antes e depois de Michelangelo, dividindo a exposição em partes. Uma delas, traz obras de artistas contemporâneos ao italiano, como Jacopo della Quércia e Andréa Verrocchio. Em outra, é a vez dos alunos do mestre, como Gian Bernini e Vicenzo Danti, terem seu destaque. Completando a mostra, dez grandes painéis de fotografias mostram outras importantes esculturas de Michelangelo. As imagens são de autoria de Aurélio Amendola, também italiano, que dedicou boa parte de sua carreira a documentação das esculturas do artista.

“Expor as obras de Michelangelo, de seus alunos e contemporâneos, tem significações importantes para nós”, diz Jacob Klintowitz. “Uma delas é servir à São Paulo a presença de um grande artista e sua época. Trazemos à cidade uma carga máxima de informação estética e humanística”, completa o curador.


Nudo di Schiena, de 1504/1505
sexta-feira, 3 de outubro de 2008

insetos gigantes de regina silveira


As pragas do cotidiano, no jantar

Depois de passar por Brasília e Belo Horizonte, o projeto Mundus Admirabilis, da artista plástica Regina Silveira, chega a São Paulo na Galeria Brito Cimino. A exposição Mundos Admirabilis e Outras Pragas, em cartaz a partir da terça-feira 7, é uma reunião de treze obras que, inspiradas nas antigas pragas bíblicas, sugerem a reflexão sobre os dias atuais.

Animais daninhos - baratas, besouros e minhocas – estão presentes em boa parte da série. Na entrada da galeria, grandes adesivos de vinil tomam as paredes e o chão, convidando o visitante a adentrar em uma fauna desconfortável. Na instalação Rerum Naturae, sobre uma mesa, eles tomam conta da toalha, bordada a ponto cruz, assim como grudam nos copos, pratos e talheres. “A invenção poética aqui é a criação de metáforas visuais para transpor e atualizar os vaticínios bíblicos, em alusão às pragas de nossos tempos”, diz a artista.

Para trabalhar além do visual, Regina Silveira faz uso de sons perturbadores para completar a viagem sensorial do visitante. Na peça Fabula, um grande ovo negro emite sons de mosquitos e helicópteros, enquanto em Per Capita sons de tiros são coordenados com luzes faiscantes. Para a artista gaúcha, as obras têm significados abertos e vida independente. Cabe ao visitante, interpretar como as essas pragas assolam o cotidiano atual, seja no âmbito social, cultural ou político.

foto: João Musa
quinta-feira, 2 de outubro de 2008

aaaaaahhh!

Do G1:
Baixista diz que a banda ficou esgotada em sua última turnê.'Estávamos precisando ficar longe de tudo', conta Flea.
Puuutz! Justo agora que eu estava sentindo que eles viriam ao Brasil!
Tô mals de telepatia.. :/
quarta-feira, 1 de outubro de 2008

only by the night - kings of leon

O CD novo do Kings of Leon acabou de sair do forno e percebo que gerou uma certa polêmica! Pelo menos entre eu e meus amigos... rs

Uns dizem gostar, outros acham que é fraco. Eu sou suspeita e enfática: o disco é muito bom! Only by the Night é o quarto cd da banda e lançado sem delongas. O disco anterior e meu preferido, Because of the Times, mal completou um ano de vida.

É fato que ambos são bem parecidos. A sonoridade atual da banda parece se distanciar daquela apresentada lá em 2003, com Youth and Young Manhood, o primeiro disco. Mas isso não significa que eles estejam perdendo a mão. Ao contrário, vejo nos últimos discos o reflexo de uma maturidade necessária.

Abrindo o álbum, Closer é sombria e enigmática. Já o single, Sex on Fire, é uma ótima música para apresentar o disco e talvez seja uma das que mais se aproxime do Kings de outrora. A balada Revelry e as ótimas Use Somebody, 17 e Notion são imperdíveis.
terça-feira, 30 de setembro de 2008

com mil raios e trovões!


Como diria Capitão Haddock, "Com mil raios e trovões!". Vocês viram que a Universal desistiu do projeto milionário de transformar a série Tin Tim em filme? A notícia é da semana passada, mas só fiquei sabendo agora.

O próximo passo de Steven Spilberg e Peter Jackson, dupla responsável pela adaptação dos quadrinhos de Hergé para o cinema, é procurar alguma outra fonte financiadora. O projeto tem orçamento estimado em 130 milhões de dólares e ninguém tira da minha cabeça que esses senhores não vão saber aplicar esse dinheiro! Como fã dos quadrinhos e da série fielmente adaptada para tevê, tenho medo do que os milhares de efeitos especiais podem causar na história.

A escolha do garoto Thomas Sangster para o papel principal também me parece um pouco equivocada. Ele é simpático e bom ator, mas tem apenas 17 anos! Se o projeto se confirmar mesmo como uma trilogia, há boas chances de ele despontar de vez para o sucesso, tipo David Hadcliffe, do Harry Potter.

Há ainda a expectativa quanto aos episódios escolhidos. Mas tenho minhas apostas! Acho que O Cetro de Ottokar, As Jóias da Castafiore e As Sete Bolas de Cristal dariam ótimas adaptações! Sem contar os episódios de viagem à Lua, O Tesouro de Rackham, o Terrível e Tin Tim no País do Outro Negro!

Díficil escolha!! Agora é esperar as cenas dos próximos capítulos.

Já falamos de TinTim aqui, aqui e aqui!

retratos falantes de paulo fridman



Em 1999, o fotógrafo Paulo Fridman iniciou o projeto Retratos Falantes, que agora ganha sua versão em livro (DBA, 132 págs, R$ 52). Munido de câmera e papel nas mãos, saiu às ruas perguntando a quem cruzava seu caminho: Quem é você? O Que pensa do futuro do Brasil? Qual é seu sonho? Durante os quase dez anos que se dedicou a esta experiência, colecionou 300 personagens, ávidos por contarem um pouco de si e sua história.

Nas fotografias, a caligrafia de cada um deles, com opiniões ou desabafos, sobrepõe rostos e gestos. Assim, Fridman ajuda a fazer um retrato da população brasileira. A série hoje faz parte dos acervos da Library of Congress, em Washington, e do Museu de Arte Moderna, em São Paulo.
clique para ampliar
sexta-feira, 26 de setembro de 2008

prontuário 666

Antes de começar esse post quero agradecer a galera pelos comentários fofos e votos de felicidades! Adorei de verdade! E para aqueles que reclamaram que eu só falo de artes plásticas (né, Cá? rs), resolvi postar sobre uma das HQ's mais bacanas dos últimos meses.

Foi lançado, em agosto, o Prontuário 666 - Os anos de cárcere do Zé do Caixão (Ed. Conrad, 120 págs, R$ 24) e estou pra falar dele desde aquela época, quando fiz a matéria sobre o filme do Mojica. O livro foi lançado junto com o Encarnação do Demônio, a última parte da trilogia, como uma das estratégias para reforçar a presença do Mojica no mercado e atrair ainda mais gente aos cinemas.

(mais detalhes sobre isso, na matéria aqui)

Mas o exemplar vai além da bela jogada de marketing. Tanto para os fãs de Mojica, quanto para os fãs de HQ's. Com traços de Samuel Casal e roteiro dele e Adriana Brunstein, Prontuário 666 narra a história do Zé do Caixão em seus anos na prisão (ele foi preso no final do segundo filme) e sua eterna busca pela mulher superior. E digo mais, o personagem está muito, mas muito, cruel. O traço de Casal criou um Josefel Zatanas sombrio, de unhas afiadíssimas e ar expressionista. No enredo, muito sangue, horror e paranóia. Só achei que algumas imagens, de tão informativas, chegam a ficar confusas. Mas nada que atrapalhe a obra.

No final, um encarte bem bacana traz o personagem desenhado por outros grandes cartunistas, como Laerte e Marcatti. Nesse link aqui, dá pra ler um trecho e ver os detalhes em alta resolução (não é pirataria, tá? é o site da editora mesmo.. rs). E o preço de tabela é 24, mas já vi no submarino por 18! Vale o investimento!

E pra finalizar, eu e o Mojica! hehe


Tirei essa foto quando fui entrevistá-lo em Agosto. Ele é uma figura!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

um ano de blog!

Como eu costumo dizer... Cheers!

Quase não percebi que essa data tinha chegado! Pois bem, em setembro faz um ano que comecei a fazer esse blog. No começo, me servia como um simples arquivo pessoal, para eu guardar os textos que fazia para a revista. Mas acabou se tornando mais que um passatempo. Ou melhor, um passatempo mais sério.


Apesar de não dedicar tanto tempo e esforço a este estimado lugar quanto eu gostaria, reconheço que ele tem crescido discretamente. Neste um ano muita coisa passou. Mudei de cargo na revista, e com isso, tive mais tempo e oportunidade para escrever sobre as coisas que gosto. Desde maio, passei a contar as visitas. E, de lá pra cá, ficou mais fácil contabilizar. Fico feliz de ver os números aumentando, já que o blog é pouco divulgado. Então, agradeço à vcs, amigos, que sempre vem me visitar.

É legal ver que, graças ao Google, alguns posts lá do comecinho ainda são super acessados. E acho que o bacana de se falar sobre cultura é exatamente porque ela é atemporal. Não importa se uma exposição já foi encerrada ou um filme já saiu de cartaz. O que interessa é que mesmo assim ainda podemos pesquisar, conhecer e reviver. Espero que no próximo ano consiga manter, e aumentar, o ritmo por aqui. E espero também que vcs continuem me acompanhando daí!

Beijos!