segunda-feira, 30 de junho de 2008

bem macho

O bandido Cabeleira é cabra macho. Esse era o nome de guerra de José Gomes, pernambucano impiedoso, temido no sertão nordestino, bem antes da chegada de seu conterrâneo Lampião. Sanguinário e assassino, Cabeleira assaltava igrejas e matava criançinhas, acaba com tudo e com todos que atrapalhassem seu caminho.

A história foi contada pela primeira vez em 1876, pelo escritor Franklin Távola, e só agora recebe nova edição e roupagem. Com roteiro escrito por Leandro Assis e Hiroshi Maeda, ´pensado originalmente para cinema, O Cabeleira (Ed. Desiderata, 136 págs, R$ 39,90) teve seu destino concretizado nos quadrinhos. No livro, o brutamontes ganha vida pelos traços de Allan Alex, experiente e talentoso quadrinista carioca.
sexta-feira, 27 de junho de 2008

estréias do fim de semana

Já que hoje é sexta (eba!) vou colocar umas opções divertidas de estréias!!

Uma delas é o filme novo da Audrey Tautou, a eterna Amelie Poulain. Amar Não tem Preço, uma comédia menos água com a açúcar e mais divertida. Tem também o espetáculo novo do grupo Circo Roda Brasil, o mesmo que fez o sucesso Stapafúrdyo. E o outro é um espetáculo infantil, com duas apresentações em São Paulo, só nesse fim de semana, do grupo mineiro Ponto de Partida. É bem bacana pra crianças, tem umas musiquinhas fofas e um tema consciente.

Ta aí! Bom fds pra vcs!

Amar não tem Preço

Nem só de mocinhas ingênuas em busca de um grande amor vivem as comédias românticas. Em Amar não tem preço, Audrey Tautou vive Irene, uma sexy alpinista social que só namora homens mais velhos e, claro, com grana. Ao encontrar Jean (Gad Elmaleh) no piano bar de um hotel de luxo, Irene faz uso de sua melhor arma, o charme, para conquista-lo. Só não imagina que aquele homem de terno alinhado, que faz cocktails como ninguém, é na verdade um barman educado e elegante, mas sem uma nota furada no bolso. A descoberta de sua identidade, a luta para conquista-la e as reviravoltas que acontecem na vida do barman - não são poucas - por causa desta linda e cara mulher, são a graça dessa comédia francesa, dirigida por Pierre Salvadori, em cartaz a partir de 6 de junho.



Pra Nha Terra

Em 2007, o grupo de teatro infantil mineiro Ponto de Partida, em parceria com o coro dos Meninos de Araçuaí, lançou o CD Pra Nhá Terra, um misto de canções e diálogos que buscam alertar as crianças sobre as questões ambientais. Transformada em espetáculo, Pra Nhá Terra chega em São Paulo em duas apresentações especiais, nos dias 28 e 29 de junho, no Teatro Alfa. Temas como poluição, camada de ozônio e desenvolvimento sustentável são apresentados de forma lúdica por meio de personagens que vivem numa floresta. Eles tentam ajudar o Tatu, conhecido como fiel escudeiro da Terra, que anda deprimido por causa das geleiras que derretem e os passáros que pararam de cantar. Entre as canções, composições de Milton Nascimento, Fernando Brant, Pablo bertola e Lido Loschi.

Oceano

Depois do espetáculo Stapafúrdyo, assistido por mais de 120 mil pessoas, a companhia Circo Roda Brasil volta aos palcos a partir de 27 de junho, com a montagem Oceano. Na história, um jovem garoto perde um brinquedo no ralo de uma banheira. Ao tentar recuperá-lo, descobre que o cano o leva ao fundo do mar. Uma reunião de acrobacias, malabares, esquetes cômicas e pernas-de-pau, misturados com efeitos especiais e projeções, dão o tom ao espetáculo inpirado no ambiente aquático. Com direção de Hugo Possolo e trilha sonora do titã Branco Mello, o espetáculo fica em cartaz até 24 de agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo. As cidades de Osasco, Jundiaí e Cubatão, no interior, são as próximas passagens da companhia.
terça-feira, 24 de junho de 2008

mais POA

Então, como prometido, vou continuar a postar aqui as fotos de Porto Alegre...
Vou fazer isso depois, pq tenho que arrumar a resolução das imagens, aquele trampo...

Por enquanto, coloco uma das que acabei de receber aqui na redação...

É uma parte da galera que estava comigo lá no dia.

Se liga no Paintbrush! hahah

o cinema vai a biblioteca


O projeto Bibliotecas Temáticas, criado pela Prefeitura de São Paulo em 2006, transforma as tradicionais unidades públicas em espaços para pesquisas e consultas específicas. A Biblioteca Roberto Santos, no bairro do Ipiranga, é a mais recente empreitada. Após uma reforma, na qual foram investidos cerca de R$ 160 mil, o espaço passa a se dedicar ao cinema com um belo acervo bibliográfico e audiovisual.

São cerca de 400 livros e 502 títulos cinematográficos, além de revistas e jornais sobre o tema. O antigo auditório foi transformado em uma sala de projeção, com capacidade para 100 pessoas, que mantém programação voltada para a apresentação de filmes nacionais. A obra do próprio Roberto Santos inaugura a sala. Seus filmes, como As Cariocas (1966) e A Hora e a vez de Augusto Matraga (1965) estão na agenda de junho. Entre os títulos de DVD, o leque é grande. Dos clássicos americanos e europeus às recentes animações em 3D, o visitante pode escolher com calma seu filme e assistir em uma cabine separada, com tevê e fones de ouvido.

O viés temático se estende também ao prédio. Logo na entrada, uma linha do tempo reconta, em um grande mural, a história do cinema desde o invento dos irmãos Lumière até o brasileiro Cidade de Deus (2002). Cadeiras de madeira e tecido, aquelas típicas de diretor, enfeitam o hall de entrada e os corredores, a lado de equipamentos antigos de filmagem. As paredes são tomadas por grandes postêrs e as placas de orientações são claquetes. O acervo original da biblioteca, com cerca de 30 mil títulos gerais, permanece disponível em uma sala separada. Essa é a quinta biblioteca temática da cidade. Poesia, música e cultura popular e até contos de fadas, já possuem as próprias unidades.
segunda-feira, 23 de junho de 2008

detalhes de poa

Um dos primeiros lugares que eu fui em Porto Alegre foi a Galeria Adesivo, fundada pelo Lucas Ribeiro. Ele é skatista, jornalista e artista gaúcho. É também um dos curadores da Transfer e peça influente da street art do sul.

Eu, como ótima fotógrafa que sou, optei por registrar apenas alguns detalhes que achei bacana do lugar... Melhor não ficar me arriscando muito...


Visão geral da Galeria. Ela é bem pequena, mas tem coisas bacanas. Na parede do lado direito, discos e livros ao lado de gravuras. Tudo lá está à venda. Naquela porta, ao fundo, é o espaço onde ficam as obras. No dia, tinha uma instalação.


A parede de sprays.


O balcão de lambes... Esse pé é de uma fotógrafa que tava com a gente. Esqueci o nome dela...



A Galeria fica em baixo de um viaduto, em um daqueles becos. Atrás dela tem um parquinho. Todas as paredes, incluindo as do viaduto, são praticamente tomadas por desenhos, cartazes e lambes. Registrei o melhor, verde, lá em cima. A imprensa gera discórdia em todo lugar... rs

deu pra ti, baixo astral

Depois vou postar umas fotos da viagem bacanuda que fiz pra Porto Alegre no fim de semana.

Fui lá conferir a mostra Transfer, que inaugura no Santander Cultural essa semana, além de dar um passeio por duas galerias de street art e conhecer alguns dos artistas que formam o movimento por lá. Dei também uma breve passada no esplendoroso prédio da Fundação Iberê Camargo que, como esperado, é bem mais lindo pessoalmente.

Em breve!
sexta-feira, 20 de junho de 2008

cartoon china contemporânea


Han Yajuan, Fashionable Darling, 2008, óleo sobre tela, 100x100

Nestes anos 2000, ao lado do boom econômico que criou novos consumidores para a arte, a China viu nascer uma nova geração de artistas que chama a atenção no mercado internacional, atinge altas cotações em feiras e leilões e, pouco a pouco, ganha aceitação nas grandes bienais.

Alguns representantes dessa leva chegam ao Brasil na exposição Cartoon, China Contemporânea, em cartaz desde a semana passada, na Galeria Thomas Cohn, em São Paulo. A mostra reúne 12 obras de três jovens mulheres chinesas: Han Yajuan, de 27 anos, Li Li e Wang Ke, ambas com 25. Influenciadas pela arte do cartoon, elas retratam criaturas lúdicas e enigmáticas, com corpos fora de proporção. A exacerbação de cores ajuda a criar figuras ora angelicais, ora diabólicas.

Han Yajuan foca-se em imagens femininas provocantes e consumistas ao extremo. Algumas de suas telas participaram com sucesso dos leilões da Christie’s, chegando a ser arrematadas por mais de 60 mil dólares. Li Li retrata cenas violentas com cores suaves, enquanto Wang Ke, graduada pela Academia de Arte Chinesa, cobre as telas com cabeças enormes de ar instrospectivo e olhar blasé.




Li Li, Follow the Heart, 2008, acrílica sobre tela, 150x120




Wang Ke, Yellow Pencil, 2008, óleo sobre tela, 200x170cm

Gosto mais dos cabeçudos...
quarta-feira, 18 de junho de 2008

blogs por aí...

Já repararam nessa barra que existe na parte de cima de qualquer blogspot? Essa minha que é azul e tem um campo de busca? Pois bem, tá vendo um link ali, o "próximo blog"?
Eu adoro ficar clicando nele, várias e várias vezes, pra ver o que é possível encontrar nesta vasta blogosfera de meu deus.

Muita coisa é de se descartar. Outras, porém, dá vontade de ficar fuçando e fuçando. Dá vontade de conhecer a pessoa, conversar com ela. Por isso que os blogs são tão legais. Eu acho incrível como as pessoas conseguem se abrir, postar coisas tão pessoais. Se você acompanha esse blogspot aqui, deve ter percebido que eu raramente faço isso. Mas cada um tem seu estilo, né?

Olha só a Jan Jan - esse era o nome que tava no perfil. Aparentemente, ela curte mesmo uma viagem. É de Cingapura, acabou de passar por Hong Kong e agora foi pros Estados Unidos. Junto com uma amiga. No momento, deve estar chegando em Las Vegas. Ela conheceu um cara em um desses vôos e diz assim sobre ele: "Met Jeff on flight. Nice guy to chat..... Drinking? Sure? where?Vegas? NYC? hongkong? Guanzhou? Canada? Singapore?"

Fantástico! Adorei essa linha "hoje tô aqui, amanhã sei lá".

Tem a Talie também. Mas ela é mais caseira... curte fazer uns scrapbooks enfeitados - que são lindos, by the way. Acho que ela é casada e tem uma filha. Não tive muita paciência de fuçar, fiquei mais interessada nos trampos, que são fofos...

Também não tive a menor paciência com uma tal de Innés, latina não sei de onde, que dizia no perfil: "Triste, melancólica, rencorosa, enamoradiza, loca, esquizofrénica, cambiante, paranoica, romántica, seria, pensativa, espontánea, miedosa, cambiante, loca, pesimista."

Affffff!!!!

Gostei bastante de umas colagens e desenhos de um tal de Camptastic, de NY. E das fotos da Cheryl, da Flórida. Ela diz: "I love capturing moments to savor". Normalmente ela fotografa parentes, casais apaixonados... Aquela coisa meio brega, mas tem umas fotos de casamento bem bacanas. São lindas, de gente linda, momentos lindos. Desses que fazem a gente querer estar lá. Tomando aquele champagne, daquele casamento, sob aquele sol...

Enfim, se alguém se empolgar e resolver clicar o "próximo blog"... depois me conta como foi!
terça-feira, 17 de junho de 2008

diário de um banana

Adolescentes são um saco. E a adolescência é mais ainda. Ir ao colégio onde só há adultos chatos, agüentar a perturbação de valentões, não ser popular. Essas histórias podem ser batidas, mas sempre há algo de novo a se tirar delas. Esse é o papel do escritor Jeff Kinney, em seu Diário de um banana (V&R, 218 págs., R$ 29), mistura de romance e quadrinhos, que chega às livrarias do Brasil este mês – não sem atraso, já que o best-seller nos Estados Unidos se encaminha para a terceira edição.


O diário do título é escrito pelo protagonista Greg Heffley, que deixa bem claro não gostar nada de colocar os sentimentos no papel. “Quero esclarecer agora mesmo que isso foi idéia da minha mãe, não minha”, diz, logo nas primeiras páginas. O que vem adiante são pequenas histórias de Greg, sua vivência como um adolescente bem mais esperto que os outros garotos da sua idade, apesar de pouca gente perceber isso.


Um tanto cheio de si, ele tem como amigo o vizinho Rowley, um bobalhão que faz tudo o que ele quer mas, ainda assim, é seu melhor companheiro. Diário de um Banana serve tanto para crianças quanto para adultos e virou um fenômeno na internet. O site do autor (http://www.wimpykid.com/) recebe milhares de acessos por dia e os leitores podem acompanhar as próximas aventuras de Greg através de um blog escrito por Kinney.
segunda-feira, 16 de junho de 2008

oferendas


O artista cearense Luiz Hermano apresenta, na Pinacoteca de São Paulo, cerca de 20 esculturas que remetem à cidade de Angkor, no Camboja, tida como a morada dos deuses. A mostra Templo do Corpo, aberta no sábado 14, é resultado de uma longa viagem que o artista fez para o Oriente, onde colheu inspiração em construções anscestrais e naturalmente simbólicas.

Em cada escultura, Hermando homenageia um templo diferente, como se fizesse uma oferenda aos deuses sagrados das civilizações antigas. Usando fios metálicos como matéria prima, o artista cria redes e tramas conectados a pequenos objetos de plástico, formando esculturas tridimensionais ou mandalas achatadas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

o incrível hulk


O Incrível Hulk, nos cinemas a partir de hoje, faz juz à história do cientista Bruce Banner (Edward Norton) e seu alter-ego, também conhecido como Golias Esmeralda. Mais fiel que a primeira adaptação, dirigida por Ang Lee, em 2003, a nova filmagem começa com um Banner acuado, escondido entre as estreitas ruas da favela da Rocinha, viciado na eterna busca pela cura de sua anomalia.


Mas, logo, ele é encontrado pelo General Thunderbolt Ross (William Hurt), que entrega ao soldado Emil Blonsky (Tim Roth) a tarefa de executar o cientista. O general não contava, porém, com a revolta do subordinado que, submetido a experimentos científicos, transforma-se em uma criatura de alto poder destrutivo. O confronto entre o Incrível Hulk, agora confiante e feroz, e o Abominável, como é conhecido seu inimigo, ajuda a estabelecer uma relação de confiança entre Banner e o General.


As cenas de ação são carregadas de tensão. E nem poderia ser diferente, já que o filme é dirigido por Louis Leterrier, responsável pela série Carga Explosiva. O ótimo elenco, que conta também com Liv Tyler no papel de Betty Ross, ajuda a impulsionar a nova empreitada da Marvel, após o desastre da primeira versão. Há participações especiais do criador do personagem, Stan Lee, Lou Ferrigno, que deu vida ao Hulk na série de tevê nos anos 80, e Robert Downey Jr que, na pele de Tony Stark, o Homem de Ferro, protagoniza uma breve e divertida cena no final.
quarta-feira, 11 de junho de 2008

à espera da morte

O crítico cultural britânico Norman Lebrecht gosta de causar polêmica. Mas não sem fundamento. É por isso que sua opinião, séria e embasada, não passa em branco. Em 2001, quando lançou o best-seller O Mito do Maestro, espicaçou os regentes que, entorpecidos pelo poder, são tidos como heróis, mesmo quando inclinados ao charlatanismo.
Agora, Lebrecht vai mais longe. Ele diz que a indústria de gravação da música clássica está fadada ao fracasso. E, como todos nós, seres humanos, à espera da morte. “Morta. Quase completamente morta”, define. Em Maestros, obras-primas e loucura (Ed. Record, 350 págs., R$ 47), que chega às livrarias do Brasil esta semana, o autor relembra os passos das grandes gravadoras e conclui que, tanto para elas quanto para seu público, a estrada se aproxima do fim.


Nenhuma orquestra, regida por qualquer maestro, será capaz de transformar uma nova gravação de Mozart ou Tchaikovsky em um grande sucesso. Novos músicos, como a premiada violinista americana Hilary Hahn, atualmente uma das mais importantes do país, não obteve o mínimo de sucesso nas vendas do último lançamento, nos Estados Unidos.
Se, por um lado, o tradicional parece ter cansado, as inovações do tipo crossover (quando os arranjos clássicos se misturam à música de outro gênero, como rock ou pop) tampouco atraem os ouvintes. “Nenhum disco que utilizou essa técnica foi bem sucedido. Os primeiros lançamentos causaram impacto, mas a segunda leva fracassou. Não há valor cultural nisso”, diz Lebrecht em entrevista à CartaCapital.

Para o autor, faltou audácia às grandes gravadoras, aprisionadas a fórmulas óbvias e conservadoras nos investimentos. Além disso, os executivos perderam o contato com a realidade do consumidor. “Quando passamos do LP para o CD, a indústria conseguiu dez anos de sucesso. Mas, ao invés de investirem o dinheiro em novos repertórios, novas idéias e novas maneiras de apresentar a música clássica, continuaram com os mesmos pensamentos antiquados. Estavam interessados em escolher maestros para conduzir os clássicos”, diz, alfinetando mais uma vez os regentes.




Apesar da crise e da pouca fé na recuperação desse vasto universo, Lebrecht vê nas orquestras uma importante peça no jogo da indústria fonográfica. Ironicamente, elas são beneficiadas pelo fracasso dos CDs. Com o colapso das gravações, as orquestras, cada vez mais, atraem espectadores ávidos por uma apresentação ao vivo. Algumas, como as filarmônicas de Londres ou São Francisco, variam as peças de acordo com o perfil do público. “Essas são inteligentes. Aquelas que se prendem à rotina estão em grande dificuldade”.

A internet, tida por muitos como a grande vilã da indústria fonográfica é, para Lebrecht, a ferramenta que vai contribuir para uma eventual retomada da gravação. “Aliados às apresentações ao vivo, os downloads na internet ajudam a criar uma audiência global, fazendo com que países como a Índia ou a China acordem para a produção ocidental”. Os países orientais estão na mira do autor como futuros e promissores criadores de música clássica. “Neste momento, 30 milhões de crianças estão tendo aulas de piano na China. Elas não só são a próxima geração de solistas, mas também os espectadores do futuro. Estou muito otimista”, diz. Não à toa, é rara a orquestra no mundo que não tenha músicos orientais.

Ao mesmo tempo em que desenha um retrato sombrio do atual momento, Lebrecht relembra, em Maestros, obras-primas e loucura, os grandes concertos de outrora. Para atiçar a imaginação dos entusiastas, a quem ele atribui a sobrevivência da música clássica, o autor lista e comenta as 100 melhores gravações do século.

O capítulo final é dedicado ao que chama de “loucuras”. É a hora de listar as 20 gravações que jamais deveriam ter sido feitas e que contribuíram ainda mais para o naufrágio do barco da indústria. Sobra até para a Filarmônica de Berlim, regida pelo mitológico Herbert von Karajan, numa gravação do Concerto Triplo de Beethoven, em 1969. Segundo Lebrecht, os músicos estavam mais preocupados com a foto da capa do que com os andamentos e notas.
(publicado em CartaCapital, ed. 499)
terça-feira, 10 de junho de 2008

um homem perdido


Em Um Homem Perdido, duas personalidades muito diferentes se encontram e passam a compartilhar um estranho relacionamento, misto de cumplicidade e desconfiança. Fouad Saleh (Alexander Siddig) é um homem solitário que mal consegue se lembrar de seu passado. Thomas Koré (Melvil Poupaud) é um excêntrico fotógrafo francês em viagem pelo Oriente Médio que decide, em segredo, investigar o passado do novo amigo.

Juntos, frequentam bares e saem a procura de mulheres, com propósitos diversos. Enquanto Saleh quer alguém para dividir a dor de viver sem memória, Koré mistura , freneticamente, fotografia e sexo. para o espectador, é dífícil a identificação com os personagens, que parecem vagar sem muito propósito. O filme, dirigido pela libanesa Danielle Arbid e falado em francês, estréia dia 13 de junho em São Paulo.
segunda-feira, 9 de junho de 2008

arquitetura do medo


As grandes capitais marcadas pela violência e o medo, que levam a população a se esconder atrás de cercas de proteção, são o tema da exposição Arquitetura do Medo, do fotógrafo baiano André Gardenberg. Recebida pela Pinacoteca de São Paulo, desde sábado, a exposição reúne 80 imagens onde o fotógrafo registra as modificações estéticas provocadas pelo medo nas grandes cidades como Rio de Janeiro, Recife e Salvador.

São grades de proteção, câmeras de circuito interno, guarda-costas particulares e arames pontiagudos integrados à vida do cidadão, que, sem perceber, virou refém de sua própria segurança. No catálogo, o curador Diógenes Moura apresenta o trabalho de Gardenberg com um misto de prosa e poesia: “Arquitetura do Medo é uma série de silêncio que explode e invade. Eis aqui, a cidade líquida e interrompida escorre, olha para si mesmo e não sabe onde está”.

Esta é a segunda parte de uma trilogia que busca refletir sobre a existência humana no mundo contemporâneo. Em 2001, o fotógrafo lançou a Arquitetura do Tempo, sua visão sobre o envelhecimento e o conflito entre vida e morte.
sexta-feira, 6 de junho de 2008

texturas


O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro recebe a partir de hoje a mostra Vai que nós levamos as partes que te faltam, do pintor carioca Daniel Senise. Nas 34 grandes telas, produzidas entre a década de 1990 e 2008, o artista, de 53 anos, reforça técnica mista e abusa de materiais pouco comuns, como pó de ferro e resina poliuretânica.

Os trabalhos mais recentes, nos quais o artista define a técnica como “impressões em madeira”, a aplicação de cola e tinta acrílica sobre assoalhos faz surgir texturas marcantes. Em telas como Levitação (acima), de 1995, ele mistura verniz laca ao tecido cretone. A partir de julho, a mostra, a maior do artista no Brasil, segue para Porto Alegre, Belo Horizonte e, ano que vem, chega a São Paulo.
quinta-feira, 5 de junho de 2008

CSI brasileira?

Quem estava pela Paulista hoje cedo percebeu a movimentação. Dezenas de homens e mulheres vestidos de preto, algemados a árvores, postes e grades. Na camiseta, a frase: "a cada criminoso preso, 13 estão soltos" (ou algo parecido)
Protesto pacífico que nada. Era a divulgação da nova série da FOX, a 9mm São Paulo. A primeira produzida exclusivamente no Brasil, que estréia semana que vem, no dia 10, com muita violência e corrupção. O primeiro capítulo não foi apresentado nem pra imprensa, mas já estão dizendo que é a CSI brasileira. Mas qual CSI?
Miami, não vale...
quarta-feira, 4 de junho de 2008

mostra de audiovisual israelense


A Banda, de Eran Kolirin, encabeça o festival


Quase me esqueço de colocar aqui. Começou ontem, mas ainda dá tempo! Em homenagem aos 60 anos de criação do Estado de Israel, São Paulo recebe a 1ª Mostra de Audiovisual Israelense, realizado pelo Centro de Cultura Judaica em parceria com a Embaixada de Israel. A programação, em cartaz de 3 a 8 de junho, abrange produções de cinema e TV mais recentes do país, realizadas entre 2006 e 2007.

Os premiados longas-metragens A Banda, do diretor Eran Kolirin (ele vem para debate), e Jellyfish, de Edgar Keret, formam o caléndario de exibições ao lado de curtas-metragem realizados pelos alunos da Sam Spiegel Film School, de Israel. Daniela Wasserstein, curadora da mostra, afirma que a temática da guerra e do holocausto é praticamente coisa do passado. “É claro que sentimos o reflexo da guerra em muitos personagens, é uma questão presente na sociedade. Mas a política foi deixada um pouco de lado para dar lugar aos relacionamentos conturbados e dramas mais complexos”, diz.

Com a produção cinematográfica ganhando espaço e reconhecimento em festivais internacionais, sobra credibilidade também para a tevê. O seriado Em Terapia, criado no país em 2006, deu origem à In Treatment, recentemente adquirida e realizada pelo canal americano HBO. A exibição dos episódios que narram a vida de um terapeuta e seus pacientes também faz parte da seleção da mostra.
segunda-feira, 2 de junho de 2008

nas telas, como no futebol



Quando o Walt Disney produziu o primeiro longa-metragem em animação, em 1937, foi praticamente considerado louco. Afinal, quem investiria tanto tempo e dinheiro em um desenho animado para cinema com a história de sete anões? Depois de altos e baixos ao longo dos mais de oitenta anos de existência, sua companhia continua colhendo bons frutos, não só no cinema de animação.

É possível achar produtos Disney em celulares, papelarias, supermercados, farmácias e até pet shops. “Todas as nossas linhas de negócio trabalham cada vez mais sincronizadas, somos uma empresa multimídia”, diz Herbert Grecco, diretor de marketing da Disney no Brasil. Cada vez mais produtos licenciados chegam ao mercado trazidos pelos sucessos recentes de bilheterias ou pelos já conhecidos clássicos do mundo mágico.

O grid de largada de 2008 encabeça Crônicas de Nárnia – O príncipe de Caspian (que estreiou na sexta-feira 30), continuação da saga fantástica que em duas semanas de exibição nos Estados Unidos faturou mais de 90 milhões de dólares. Em junho, a empresa lança Wall-e como promessa de sucesso no ramo de animação, pouco tempo antes de sua concorrente DreamWorks lançar Kung Fu Panda, com Jack Back e Angelina Jolie no elenco de dublagem.

Diretor-geral do braço cinematográfico da empresa Rodrigo Saturnino Braga explica a dança de cadeiras que ocorre nas posições de liderança em bilheteria. “Em cinema tudo é muito disputado, mas as participações de mercado variam de acordo com o ano e com o produto. Se nossa empresa lança um grande filme, é líder em um ano. Parece futebol. Se não tiver um craque, não funciona”.

Aos espectadores, há a vantagem de poder desfrutar bons enredos vindos de todos os lados. Mas nessa batalha da industria cultural a disputa parece ser mesmo entre os ursos que lutam artes marciais e robôs humanóides.

Em cartaz, As Crônicas de Nárnia - Príncipe de Caspian

Em breve, Wall-e e o concorrente Kung Fu Panda