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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
A grande travessia *
A grande travessia
Quatro brasileiras enfrentaram o maior desafio para quem nada em águas abertas: atravessar o Canal da Mancha. Frio, escuridão e fortes mudanças climáticas fazem da prova a mais difícil do mundo
Por Camila Alam
Todo nadador que se aventura por águas abertas tem um grande sonho: atravessar o canal da Mancha, a faixa de oceano Atlântico que separa a Inglaterra da França. Com aproximadamente 563 quilômetros de comprimento, no total, e até 240 quilômetros de largura, dependendo do ponto, sua parte mais estreita – onde as travessias a nado costumam ser realizadas – tem 34 quilômetros de extensão em linha reta entre a cidade de Dover, na Inglaterra, e Calais, na França. Ou seja: ida e volta somam quase 80 quilômetros, com profundidade de até 120 metros. Frio extremo, escuro e fortes mudanças climáticas fazem desta a prova mais difícil do mundo.
Nada disso foi suficiente para deter as quatro nadadoras paulistas que se reuniram para cruzar o estreito no mês de junho. Juntas, a personal trainer Marta Izo, 41, a empresária Luciana Akissue, 34, a executiva Giuliana Braga, 39, e a advogada Priscila Santos, 32, chegaram aonde nenhuma outra equipe feminina de revezamento no mundo chegou. Foram 13 meses de preparação e muito treino. Ao finalizarem a ida, bateram o recorde de 8 horas e 22 minutos. Ao término da volta, somaram 18 horas e 42 minutos no total, o tempo mais rápido já realizado por uma equipe feminina.
Atravessar o canal da Mancha virou uma tradição desde que o capitão inglês Matthew Webb realizou o feito pela primeira vez, em 1875. Ele realizou um percurso em 21 horas e 45 minutos, de Dover a Calais. Em 1927, a Channel Swimming Association foi fundada para orientar e acompanhar atletas que desejassem realizar a travessia, entidade responsável pela organização e cronometragem até hoje. De lá pra cá, nadadores de todo mundo se inscrevem para realizar a prova, seja individualmente ou em revezamento, e apenas 10% dos inscritos conseguem chegar ao final.
Quatro por quatro
Frequentadoras do circuito de provas nacionais, as quatro são nadadoras de longa data. Uma delas, inclusive, já foi longe: em 2006, a professora de educação física Marta Izo se tornou a quinta brasileira a completar a travessia do canal da Mancha – sozinha. Em 2010, durante uma conversa com a amiga Priscila Santos, hexacampeã da travessia 14 Bis Santos-Bertioga (25 km), ambas tiveram a ideia de fazer revezamento 4x4 em grande estilo, partindo da Inglaterra em direção à França. Convocaram Giu e Luciana, outras atletas do circuito de mar aberto que também já pensavam no desafio. Giuliana está entre as três melhores atletas do Campeonato Paulista de Maratonas Aquáticas, de 2008 a 2010, e Luciana ganhou a Travessia dos Fortes em 2009, no Rio de Janeiro. Com a equipe formada, fizeram o projeto, conseguiram patrocínio e elegeram como treinador o bicampeão da prova Igor de Souza, 48 anos, atual diretor técnico da seleção brasileira de maratonas aquáticas. Ele teria como auxiliar Agnaldo Arsuffi, outro experiente treinador e consagrado o mais rápido no Canal da Mancha entre 1996 e 1997.
Um ano antes da data prevista para a prova as meninas passaram a treinar diariamente. Revezaram-se entre piscina, trabalho, nutricionista e musculação. Nas madrugadas de sexta para sábado, o treino era coletivo e acontecia na represa Billings, em São Paulo, para que elas se acostumassem à escuridão. “À noite a gente não enxerga absolutamente nada e isso mexe muito com o psicológico. É assustador”, conta Martinha.
Foram mais de 1.300 quilômetros nadados no decorrer do treinamento. Uma vez agendado o dia com a Channel Swimming Association, cada equipe tem uma semana para tentar. “No canal você está brincando com a vida o tempo todo e percebe que ele pode te consumir”, afirma Priscila. O termômetro na água marcava em média 14 graus, 3 a menos do que o esperado. “Quando chegamos lá, a gente só comia, treinava e dormia. Tivemos de nos ajudar bastante a controlar a ansiedade”, lembra Luciana.
A largada foi dada em 27 de junho, dia quente e com pouco vento. Giu foi a primeira a cair no mar, seguida por Priscila, Luciana e Martinha, que se revezaram a cada hora. A certa altura, Igor e Agnaldo viram a possibilidade de bater o primeiro recorde mundial na ida. O que até então não era considerado objetivo passou a ser a maior meta do grupo. Luciana, na água, apertou o ritmo. Martinha e depois Giu seguiram forte, até que Igor levantou a placa “800 metros para França, força!”. Ao chegar em solo francês, Giu pisou na areia e ouviu a buzina, confirmando que haviam batido o recorde. As meninas conquistaram a França em 8 horas e 22 minutos. Só faltava o retorno. “A volta parecia fácil após uma ida tranquila. Continuamos a nadar firme”, lembra Giu.
No retorno em direção à Inglaterra, o cronômetro já marcava cerca de 13 horas de prova quando um dos juízes se aproximou do treinador para dar a má noticia: elas haviam se afastado 2 milhas da costa e, caso não conseguissem voltar, seriam desclassificadas. Igor pediu a organização meia hora para consertar o erro e realizou “uma estratégia kamikaze”: as meninas deveriam nadar contra a corrente, sem regredir. A corrente estava prevista para mudar em breve e o rumo seria acertado. A previsão deu certo: algumas milhas depois, elas entraram novamente no eixo. Algum tempo foi perdido, mas os juízes aprovaram a mudança e deixaram que continuassem na prova. “Nessa hora, confiei nas meninas. Sabia a força que elas tinham. Elas também foram muito disciplinadas e acataram minhas decisões”, lembra o treinador.
Faltando cerca de 3 quilômetros para o final, Luciana caiu na água com a tarefa de quebrar mais uma corrente, nadar pesado e conquistar o recorde. “Era enorme a torcida no barco e também pela internet, já que todo percurso estava sendo transmitido ao vivo”, narra Giu. Começava a chover e os pingos de água se misturavam às lágrimas. Ao pisar na areia, Luciana levantou os braços e ouviu a buzina. Pela primeira vez na história, um grupo de quatro mulheres havia conquistado o Canal da Mancha em tempo inédito: 18 horas e 42 minutos. Cheia de orgulho, Giu avalia a dura prova de resistência: “Travessia todos fazem na vida ao ter um filho ou mudar de emprego. Mas as pessoas não costumam reconhecer sua própria força e suas glórias. Só que isso nos deixa mais fortes ainda”, garante.
domingo, 10 de julho de 2011
Audrey Tautou
Audrey Tautou fez uma passagem relâmpago pelo Brasil para divulgar seu novo filme Uma Doce Mentira. Na comédia romântica, sua personagem recebe uma carta de amor anônima e, sem dar a menor bola, a entrega para a mãe meio deprê. E começa a confusão. Simpática, a atriz recebeu RG para uma rápida conversa em um hotel em São Paulo e disse não ligar nem um pouco pra moda. Mas a gente bem reparou no casaquinho Chanel que ela usava.
Como está sendo essa primeira passagem pelo Brasil?
Estou super feliz. Ainda não tive tempo de conhecer muito a cidade, sinto muito calor humano e simpatia. Pude visitar o Museu de Arte de São Paulo, achei a coleção extraordinária e a arquitetura muito interessante. Adoro frequentar lugares que ainda não conheço.
Em Uma Doce Mentira sua personagem é bastante confusa, não?
Sim, ela é incrível. Está cheia de boas intenções, mas não pensa nas consequências de seus atos. Ela tem muita confiança em si mesma, mas pode desmontar com facilidade e às vezes até agir com má fé. Eu adoro personagens assim, cheio de nuances.
Você se sente atraída por Hollywood?
Não tenho um desejo de ter uma carreira hollyoodiana. É um sistema muito louco e diferente do que eu busco. Eu não procuro grande exposição e nem quero ser uma huge star. Viajar para divulgar filmes franceses é muito mais prazeroso.
Encarnar Coco Chanel e virar garota propaganda da marca mudou sua relação com a moda?
Na verdade, esta é uma relação pouco estreita. Não tenho muita afinidade com a indústria, como pensam. Admiro alguns designers, mas me preocupo pouco e nem leio revistas especializadas.
sábado, 4 de junho de 2011
entrevista fernanda feitosa
Esta mini entrevista foi publicada originalmente no site da RG em maio, época da SP Arte.
Fernanda Feitosa, diretora e idealizadora da SP-Arte, conversou com RG sobre as novidades da feira, que acontece entre os dias 12 e 15 de maio, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo
RG: Depois de sete edições, a SP-Arte está mais madura?
Sim, a cada ano batemos novos recordes e hoje podemos ver o impacto que a feira produz no Brasil. Ano passado, por exemplo, tivemos mais de 16 mil visitantes dos mais diversos tipos. São famílias, estudantes, empresários, gente que trabalha, vive ou aprecia arte. Este número se reflete nas próprias galerias, que veem aumentar o seus visitantes.
RG: Isso se reflete nos números de vendas?
A economia está estável e a maneira como o Brasil superou a crise financeira mundial dá otimismo ao comprador. Ainda é pequena a parcela de visitantes que efetivamente compram na feira – menos de 10% -, mas não é um mercado restrito ou limitado a quem tem dinheiro. Há obras para todos os bolsos. Um dos trabalhos da feira é levar às galerias público que começa a entrar neste mercado.
RG: Há uma seleção para escolher as galerias participantes?
Qualquer galeria pode se inscrever para participar. Este ano muitas ficaram na lista de espera, mas mesmo alguns artistas e galeristas que não participam da feira me escrevem para agradecer o fato dela existir. De certa forma é uma inclusão profissional.
RG: Quais novidades deste ano?
Uma direção que estamos tomando, e também um avanço, é a de apresentar obras em grandes formatos. Elas servem essencialmente a compradores institucionais, que procuram obras impactantes. Como não são de escala doméstica, ocuparão o último andar do pavilhão.
RG: Que dicas dar a quem quer investir?
Nós não costumamos ter o mesmo gosto a vida inteira. Apreciar arte é um exercício constante, um processo criativo. Eu deixei de comprar coisas há 10 anos que hoje me arrependo. Mas o essencial é investir naquela arte que dialoga, toca e transmite sentimento. A regra número um é gostar.