quinta-feira, 4 de junho de 2009

yves saint-laurent no rio


De bom gosto incomum e apreciador de todas as manifestações artísticas, o francês Yves Saint-Laurent foi, durante toda sua trajetória, um homem a frente do seu tempo. Voltou-se cedo ao mundo da moda e antes de completar vinte anos já trabalhava com um dos mestres do ofício, o também francês Christian Dior. Foi com ele que aprendeu a valorizar e a entender a figura feminina, que desde então se tornou sua fonte contínua de inspiração.

O Ano da França no Brasil traz ao país uma seleção inédita de figurinos criados pela maison YSL na mostra Viagens Extraordinárias, em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro. São peças que contam não só a trajetória do estilista, mas também ajudam a recontar a história da moda e explicitam porque Saint-Laurent é, até hoje, considerado um mito.



Morto em junho do ano passado, aos 72 anos, o francês buscou, a cada nova coleção, trazer para o vestuário feminino moldes inspirados em universos múltiplos. Seja focado em etnias africanas ou simplesmente masculinizando a vestimenta feminina, Saint-Laurent não só criou um estilo, mas ajudou a adaptar uma nova postura à mulher. Junto com Coco Chanel, também francesa, deu voz à liberdade feminista quando criou sua peça símbolo, o smoking, em 1966. Traje comum para os homens ou para os dias atuais, à época foi desfilado por mulheres como peça transgressora, que aliava masculinidade à sempre feminina transparência.


Desta forma, sem abandonar a alta costura, Saint-Laurent criava e dava espaço ao chamado Prêt-à-porter, ou ready-to-wear, a moda casual que hoje sustenta tanto as casas tradicionais quanto os novos estilistas. Na exposição do CCBB, o visitante será capaz de revisitar diversas fases de Saint-Laurent. Os cerca de 50 figurinos expostos são inspirados em viagens continentais que o francês fazia mentalmente, já que pouco gostava de sair da França. Pesquisas profundas o inspiravam a criar coleções inteiras focadas em diferentes países como África, Ásia, Espanha, Índia, Marrocos e Rússia.



Além das roupas, a mostra reúne croquis, acessórios e réplicas ampliadas dos cartões Love, tradicional mimo que a maison distribuía a clientes e amigos durante o Natal, uma prática que durou mais de 40 anos. Todo o material exposto pertence à Fundação Pierre Bergé -Yves Saint-Laurent, criada em 2004 para preservar o acervo da marca. Em fevereiro deste ano Pierre Bergé, companheiro de vida e trabalho, leiloou a coleção de arte que divida com Saint-Laurent. Esculturas de Brancusi, pinturas de Matisse e outros itens valiosos bateram recorde de leilões do tipo, atingindo a marca de 370 milhões de euros.

1 comentários:

Anônimo disse...

Oi Mila,

Um artista sem dúvida,genial!!!


bjos
mami