A HQ traz seis pequenas histórias e já na primeira delas o autor parece anunciar certo tom de crônica presente em toda a obra. Para isso, usa como personagem um distraído Rubem Braga, que segue uma borboleta amarela, enquanto cruza uma avenida, no Rio de Janeiro de 1952. Quintanilha, fã do escritor capixaba, também aproveita, em outros momentos, humor e lirismo quando narra a paixão do brasileiro por futebol ou o amor de uma moça por um jangadeiro nordestino. Esta última, um saboroso enredo, sutil e ingênuo.
Quadros escuros e com cores fortes são trabalhados em grafite e aquarela, técnicas distintas que utilizadas em conjunto fazem um bonito jogo de sombras, dando às imagens, e principalmente aos personagens, brilho especial. Na tentativa de explorar ainda mais os inúmeros tipos que protagonizam as páginas, Quintanilha deu aos balões de diálogo diferentes formatos. Normalmente rígidos, recebem atenção especial como se espelhassem o sotaque distinto de cada região.
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