quinta-feira, 24 de abril de 2008

falta de humor com a censura


Lançado na Europa em 2005, mas só agora no Brasil, o documentário satírico Viva Zapatero! rendeu dias de Michael Moore à humorista e diretora italiana Sabina Guzzanti. Em cartaz desde a sexta-feira 18, o filme mostra uma humorista que sabe falar sério quando o assunto é censura.

Em 2003, Sabina teve seu programa de tevê tirado do ar sem explicações, após o primeiro dia de exibição.O humorístico chamava-se Raiot, uma junção entre o nome do canal estatal RAI e a palavra inglesa riot (revolta, em português). As sátiras feitas ao governo, ao então primeiro-ministro Silvio Berlusconi e a seus aliados eram o tema principal das esquetes da humorista, que, vestida e maquida como o premiê, criticava a postura dele diante dos meios italianos de comunicação, inclusive a Mediaset, empresa pertencente a Berlusconi.

O documentário se desenvolve em meio a uma trama de processos, discussões e humor. Conversei com Sabina por telefone, para uma entrevista para a CartaCapital, e a diretora afirmou que gostaria que o filme tivesse chegado ao Brasil antes das novas eleições italianas, que reconduziram Berlusconi ao governo após dois anos do fim do último mandato. “É muito triste que tenha acontecido, mas na verdade já estávamos esperando por isso. Os últimos meses foram nossos últimos em liberdade e nos próximos anos voltaremos viver um pesadelo”, diz.

Para ela, oposição é fraca, chantageda e dividida, o que dificultaria um posicionamento mais incisivo perante um governo autoritário. No título do documentário, a homengem ao presidente do governo espanhol, José Luis Zapatero, conhecido por optar por medidas liberais em seu govero.

O filme fica em cartaz nos próximos meses, exclusivamente no Reserva Cultural da Avenida Paulista. Vale a pena conferir!


Lá em cima, a humorista em vestimentas de Berlusconi, junto ao ator que personifica Tony Blair.
Aqui em baixo, ela mostra sua beleza.

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