sexta-feira, 18 de abril de 2008

são paulo 24 horas

Inspirada nos grandes festivais europeus, a Prefeitura de São Paulo prepara a edição 2008 da Virada Cultural, um evento de grandes dimensões que reunirá mais de 5 mil artistas em cerca de 700 atrações, durante 24 horas ininterruptas por todos os cantos da capital, das ruas do centro aos CEUs da periferia. Com quatro anos de existência, o projeto já é reconhecido no calendário de cultura e lazer da cidade e transforma a paisagem da cidade em suas horas de duração.

Na edição passada, reuniu cerca de 3 milhões de espectadores, levou 30 mil pessoas a visitarem os museus da cidade na madrugada e enfrentou problemas de organização, como um tumulto na platéia da praça da Sé, durante um show dos Racionais MC’s. A marca central do projeto, que segundo a Prefeitura custa R$ 7 milhões e emprega cerca de 1.800 pessoas, é a diversidade. Das 18 horas de sábado, 26 de abril, até às 18hs de domingo, a cidade será tomada por shows de música, performances teatrais, espetáculos de dança e circo.

Há espaço para música eletrônica, caipira, independente e instrumental, curtas e longas-metragens, teatro de rua e até um bloco de carnaval com marchinhas que marcaram época. José Mauro Gnaspini, diretor-geral e organizador da Virada, descreve o quanto é difícil agradar todos os gostos que compõem o caldeirão de costumes da metrópole. “Temos que observar as afetividades e gostos da cidade para tentar atender a todos e fazer uma festa boa para diferentes tribos. E ainda não conseguimos atender todo mundo”, diz.

Um palco a ser montado na avenida São João abrigará Gal Costa, Mutantes, Marcelo D2 e a Orquestra Imperial. No largo da Santa Efigênia, será montado um típico boteco com rodas de samba que receberão a velha-guarda de várias escolas e promoverão o encontro de gerações entre os sambistas. O Teatro Municipal receberá artistas como Luiz Melodia e Jair Rodrigues para executarem faixa a faixa de seus álbuns mais representativos.

Quanto ao incidente do ano passado, diz Gnaspini: “Lidamos com o problema de frente, repensamos e deixamos menos espaço para esse tipo de confusão acontecer”. Uma das providências da Secretaria Municipal de Cultura, segundo ele, seria acolher o público em um ambiente mais amplo, com cerca de cinco vezes mais espaço que no ano passado. O lugar escolhido para receber o palco de rap foi o Parque Dom Pedro, menos central que a praça da Sé. “Não tiramos o estilo da festa, mantemos o palco no centro, ao lado da antiga Prefeitura. O hip-hop é uma cultura legítima da cidade, profundamente paulistana. Não poderíamos jamais ignorar ou não colocar na programação".

Gnaspini afirma que a Prefeitura corre riscos ao promover shows de graça na rua, mas que, diante da expectativa de receber mais de 3 milhões de pessoas em 2008, as 24 horas parecem ser pouco tempo para caber tanta coisa.

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