quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

entre a luz e a sombra




Em 160 minutos de duração, o documentário Entre a Luz e a Sombra caminha por diferentes histórias, que estão conectadas entre si. Entre os anos 2000 e 2007, a diretora Luciana Burlamaqui acompanhou a vida da atriz Sophia Bisilliat, que desde a década de 1980 dava aula de teatro aos detentos do Carandiru e buscava talentos escondidos dentro das celas do complexo.



Foi assim que conheceu Dexter e Afro-X, integrantes da dupla de rap 509-E, famosa por ter conseguido autorização judicial para realizar shows fora da cadeira. Essas duas trajetórias se unificam quando Sophia e Dexter começam um relacionamento e ela passa a ser empresária da banda. Quando o casal rompe, começa também mais uma narrativa dentro do filme, onde ficam claras pequenas disputas pessoais, entre o casal e também entre os membros da banda.



A mescla de tantas histórias, filmadas ao longo de sete anos, pode deixar Entre a Luz e a Sombra parecer um tanto sem rumo. Mas o documentário se desenrola de maneira interessante não só por mostrar os regimentos internos do Carandiru, já amplamente explorados em outros longas, mas por dar voz a homens e mulheres que lutam, de diferentes formas, pela reintegração a sociedade.



Amigos de infância, Dexter e Afro-X já não formam mais o 509-E, que terminou pouco depois de Afro-X conseguir liberdade, em 2003, mas ambos continuam como forças ativas dentro do cenário hip hop brasileiro, sendo por meio da música ou ações sociais.

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