sexta-feira, 5 de março de 2010

em casa, no museu

A partir de março, cinco instituições abrem acervo para visitação virtual

Quanto mais conhecida é uma obra de arte, mais pessoas almejam a vontade de vê-la ao vivo. Não à toa, Monalisa, de Leonardo da Vinci, ano após ano, continua a lotar de turistas a sala em que está alojada no Museu do Louvre, em Paris. Este princípio é inspiração para a implantação do projeto ERA Virtual – Museus, que colocará na internet o acervo de doze museus brasileiros, disponíveis para visitação virtual, a partir de março.

No endereço www.eravirtual.org, estarão reunidas a princípio cinco instituições. O Museu de Artes e Ofícios, de Belo Horizonte (MG), o Museu do Oratório, de Ouro Preto (MG), Museu Victor Meirelles, de Florianópolis (SC), o Museu Nacional do Mar, de São Francisco do Sul (SC) e a Casa Cora Coralina, de Goiás (GO) são os primeiros a inaugurarem o passeio virtual gratuito que abrange todas as exposições permanentes. A partir do espaço externo destes museus, uma câmera segue em direção a porta de entrada. No canto da tela, um mapa de localização facilita a visita. Esta câmera de acesso “caminha” pelos corredores dos espaços expositores, sendo comandada pelo próprio usuário. Este visitante virtual pode escolher em que direção quer seguir e de qual objeto quer se aproximar. Com um clique, ver detalhes ou gira-la para observar todos os ângulos. Dentro dos corredores, o visitante pode ter uma visão de 360 graus de qualquer ponto do museu em que estiver inserido.

Os organizadores do projeto acreditam que, assim como acontece com a Gioconda de Da Vinci, o conhecimento virtual de uma obra não tira do navegante a vontade de visitar pessoalmente o local onde ela está fixada. “A ferramenta serve como uma motivação a mais para as pessoas visitarem o museus. Como quando um turista procura na internet fotografias de uma praia que irá visitar em breve”, diz Rodrigo Coelho, coordenador e idealizador do ERA Virtual – Museus, que é financiado por intermédio de leis de incentivo estaduais e federais, totalizando 720 mil reais de investimento.

Além das cinco instituições citadas, outras sete estarão disponíveis até o fim do ano. São, em sua maioria, museus de Minas Gerais que abragem temas variados, de arte sacra a história natural. Além disso, outros selecionados estão localizados no Nordeste e Centro-Oeste do país. “Um dos critérios de escolha foi geográfico. Gostaríamos de selecionar museus de todas as regiões, para oferecer ao público uma visão geral das obras hoje expostas no Brasil”, explica a museóloga e curadora do projeto Cicélia Cursino.

Ainda que o oferecimento de uma visitação virtual seja relativamente comum nos grandes museus do mundo, vide o próprio Louvre, a prática caminha lentamente para uma implantação no Brasil. Reforçando esta idéia, o Museu de Arte de São Paulo, MASP, também inaugurou este mês seu novo site, que segue moldes europeus. No endereço www.masp.art.br, o visitante tem acesso a 800 obras do acervo, que incluem telas de Renoir e Van Gogh, com ficha técnica completa. Além das obras, linha do tempo, detalhes históricos e localização de livros e catálogos pertencentes à instituição completam o tour virtual.

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