terça-feira, 2 de março de 2010

pachamama


Saindo do Rio de Janeiro, o diretor Erik Rocha, filho de Glauber Rocha, propõe uma viagem a tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia. No documentário Pachamama, ele se encarrega completamente da câmera, que, em sua mão, sacoleja daqui até lá. Focando-se muito em imagens abstratas encontradas no caminho – rios, estradas e matas – Rocha entrevista alguns personagens e tenta traçar um perfil dos povos que habitam hoje esses países.

Apesar de dizer-se focado em entender o Brasil por meio de sua visão sobre a América Latina, muito pouco se fala sobre seu país de origem. O diretor busca fazer um retrato da política hoje vigente nestes países, principalmente a boliviana, sob mandato de Evo Morales. Seus entrevistados dividem-se entre aqueles que amam e aqueles que odeiam o presidente indígena e tecem os mais diversos comentários sobre a posição do país.

O diretor dá atenção também à tradição de mascar folhas de coca e como ela é tratada por trabalhadores e políticos. Pachamama, que quer dizer “mãe-terra” no antigo idioma aymara, peca por ocultar informações que seriam importantes para o entendimento da viagem. Por vezes, o diretor opta por imagens abstratas, ao invés de focar-se em rostos. Muitas vozes se tornam anônimas, o que faz o espectador perder a troca e o contato humano.

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