quarta-feira, 3 de março de 2010

khamsa


No interior da França, o garoto Marco (Marc Cortes) foge de uma família adotiva e retorna ao acampamento cigano onde nasceu. Ali, desamparado pela família, passa a viver em companhia de alguns meninos que o levam a cometer delitos. Seu primo Tony (Tony Fourmann) é um anão cheio de marra que o envolve em brigas de galo. A ilusão de que ganharão uma grana fácil os fazem sonhar com a Espanha. Enquanto isso, o amigo Coyote (Raymond Adam) o leva a invadir mansões vazias, sem sucesso.



Marco carrega no pescoço um pingente khamsa, símbolo de proteção usado sobretudo pela cultura árabe, herdado de sua mãe. O amuleto também o faz ter dúvidas sobre sua real descendência, num local aonde árabes e ciganos não se entendem. O diretor tunisiano Karim Dridi faz de Khamsa um filme sobre delinquência juvenil que se assemelha a outros tantos sobre o mesmo tema. O próprio diretor não esconde sua inspiração em Pixote (1981), de Hector Babenco. Diz que pensou também em Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, quando recrutou boa parte de seus atores/personagens numa comunidade cigana em Marselha, onde pesquisou e realizou workshops por alguns meses.



O carente Marco é figura das periferias do mundo todo, que por azar, falta de instrução ou oportunidade, se vê encurralado diante da violência e obrigado a fazer dela uma constante em sua vida. O diretor Dridi retrata essa inegável percepção de maneira suave, ainda mais quando o personagem reflete sobre uma possível mudança de vida.

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