terça-feira, 24 de novembro de 2009

polícia, adjetivo



O policial Cristi vive de observar um grupo de adolescentes que saem da escola e se encontram para fumar haxixe. De longe, caminha lentamente, persegue bitucas de cigarro que os garotos deixam para trás, procura alguma prova de que ali estejam mais do que usuários.

O longa-metragem romeno Polícia, Adjetivo, de Corneliu Porumboiu, trata de tédio, voyeurismo e instituições hierárquicas, onde o funcionário é obrigado a cumprir papéis indesejáveis. É o caso de Cristi, interpretado por Dragos Bucur, que discorda de prender em flagrante os jovens maconheiros. As entediantes perseguições, que são boa parte do filme, ajudam o espectador a perceber um também entediante estilo de vida, onde a personagem não tem voz.

A cena que dá título ao longa, e a que vale toda espera, é de humor sutil e inteligente. Intrigado com a ordem de prisão dos adolescentes, Cristi se reúne com o chefe de polícia. Este, munido com dicionário, quer ensinar ao subordinado o real sentido das palavras consciência e polícia.

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