terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

um olhar do paraíso



O diretor Peter Jackson, responsável pela trilogia Senhor dos Anéis e King Kong, tem mania de grandeza, isso não é novidade. Em seu novo longa-metragem, Um Olhar do Paraíso, ele abandona a temática épica ou aventureira, mas mantém um estilo excessivo, repleto de efeitos especiais, que está acostumado a apresentar em suas mega produções. O roteiro do filme, baseado no romance Uma Vida Interrompida, de Alice Sebold, narra a história de Susie Salmon, garota de 14 anos que é assassinada pelo vizinho.



Após sua morte, ela observa a vida daqueles que ainda estão vivos e tenta influenciar na captura de seu assassino. Susie, interpretada com suavidade pela garota Saoirse Ronan, passa a viver em uma espécie de ante-sala do paraíso, de onde ela poderá se libertar assim que acreditar que sua influência entre os vivos está terminada. Repleto de espiritualidade, Um Olhar do Paraíso é por vezes tocante, mas peca pelo exagero, vindo exatamente da mania de Jackson de exacerbar.



Com efeitos especiais, cria um paraíso onde tudo é possível, mas não faz dele uma paisagem bonita de se ver. O mal uso de cores ou elementos visuais torna algumas cenas visualmente feias, quase bregas. Se dirigido com maior sutileza, seria mais agradável de assistir às duas horas e vinte minutos de duração. Um inexpressivo Mark Wahlberg e uma mal aproveitada Rachel Weisz, que some mais da metade do filme, completam o elenco como pais da garota. Susan Sarandon, a avó maluquete, dá leveza ao clima pesado da produção.

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