quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

a árvore

A ÁRVORE
Julie Bertucelli

Selecionado para encerrar o último Festival de Cannes, o longa metragem A Àrvore poderia levar o espectador a uma viagem pelo místico. Depois da morte do pai, a menina Simone diz perceber sua a presença em uma enorme árvore centenária que compõe o terreno da família. A paisagem do interior da Austrália vira o cenário para longas conversas e noites dormidas aos pés das grandiosas raízes. Dwan (Charlotte Gainsbourg), a viúva e seus outros três filhos, também parecem convencidos de que há alguma força presente ali.

De alguma maneira, esta força da natureza se manifesta a partir dos acontecimentos que giram em torno desta família. Como se tivesse vontade própria, estica suas raízes ou destrincha seus ganhos sobre a casa, especialmente quando a família começa a se recompor do luto. Apesar da idéia girar em torno do sobrenatural, a diretora francesa Julie Bertucelli (de Desde que Otar Partiu) faz com que a situação seja vista mais como um elo entre os familiares, com o qual lidam cada um a sua maneira. Por fim, ele terá de ser cortado em prol da continuidade da vida. A lida com a perda e a construção da fé são exploradas com graça por meio da personagem da pequena garota, bem interpretada pela iniciante Morgana Davies. É de sua boca que saem as grandes lições.

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