quinta-feira, 13 de março de 2008

decifrando cem mil



Durante a passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, em junho de 1968, o fotógrafo Evandro Teixeira registrou uma das cenas mais marcantes da ditadura militar. Em meio a centenas de pessoas, a faixa “abaixo à ditadura, povo no poder” se mistura ao mar de gente que tomou conta da Cinelândia em protesto pacífico.

Apesar da distância e da quantidade de pessoas, é possível ver nitidamente o rosto de muitas delas, o que levou Evandro a iniciar o projeto “68: Destinos. Passeata dos 100 Mil”, agora transformado em livro (Textual, 120 págs, R$ 98). Cem homens e mulheres identificados na antológica imagem voltam a ser fotografados pelas lentes de Teixeira e contam suas histórias, quarenta anos depois do clique original. Há, por exemplo, as histórias de casais que, sem se conhecer na época, encontraram-se em lados opostos da fotografia.

“Quando começamos, achei que não fosse aparecer ninguém. Com o tempo, fizemos anúncios, site e ganhamos patrocínio. As pessoas começaram a surgir”, conta Evandro. “Foi no boca-a-boca mesmo. Até hoje, muitos se vêem na foto e entram em contato. Já temos um total de 170 pessoas identificadas”. Além dos depoimentos anônimos, o livro reúne textos de Vladimir Palmeira, na época presidente da UME, Fernando Gabeira, Augusto Nunes e outros.

1 comentários:

Anônimo disse...

Que foto ! Demais de bem feita,a fotografia continua mantendo sua importancia e valiosa contribuicao historia cultural de todos nos.