domingo, 25 de maio de 2008

he's lost control


Voltando ao assunto Joy Division, como prometido. Colei aí embaixo o texto que fiz pra CartaCapital que está nas bancas essa semana (ed. 497).


Biografias de grandes nomes da música são um prato cheio para o cinema. De Johnny Cash a Kurt Cobain, muitas estrelas tiveram a história contada nas telas. O mais recente exemplar do gênero é Control, nas telas desde a quinta-feira 22. O filme narra a curta vida de Ian Curtis, vocalista que fez história à frente da banda inglesa Joy Division na virada da década de 70 para a de 80.

Dirigido pelo holandês Anton Corbijn, fotógrafo amigo da banda, autor das imagens mais famosas do grupo, o longa em preto-e-branco é fiel à história de Curtis, que, apesar da aparente energia, ia acumulando em silêncio as tristezas da vida. Quase adolescente, casou-se e foi pai. Quando o Joy Division se tornava uma grande banda na Europa, começou a sofrer fortes ataques de epilepsia, apaixonou-se por uma jovem jornalista belga e, tamanho o desgaste causado pela entrega radical aos palcos, cansou-se do papel de frontman. Esgotado, suicidou-se em abril de 1980, aos 23 anos, um dia antes da partida para a turnê americana que lançaria a banda ao sucesso mundial.

Dono de uma das histórias mais tristes do rock, Curtis deixou um legado primoroso. Os dois álbuns do grupo, Unknown Pleasures (1979) e Closer (1980), até hoje influenciam bandas como Franz Ferdinand, Arcade Fire ou The Killers. Com bela fotografia e grande atuação de Sam Riley no papel principal, Control é denso e, ao mesmo tempo, sensível. No dia 6 de junho, outro longa-metragem sobre o tema chega às telas brasileiras. O documentário Joy Division, de Grant Gee, traz depoimentos de amigos que estiveram envolvidos na meteórica trajetória da banda e dos ex-integrantes que, após a morte de Curtis, formaram o New Order, grupo símbolo da década de 80.

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