sexta-feira, 30 de maio de 2008

Iberê Camargo de casa nova



A Fundação Iberê Camargo, que desde 1995 dedica-se a preservar a obra do pintor gaúcho, ganha nova sede em Porto Alegre e aumenta sua programação a partir de hoje, sexta-feira 30. O prédio novo é tão grandioso quanto a obra do próprio Iberê Camargo (1941 - 1994). Desenhado pelo português Álvaro Siza, o projeto segue exemplo do Guggenheim nova-iorquino, no qual o visitante é levado de elevador até o último andar e, de lá, desce por rampas às salas de exposição, até chegar ao andar térreo.

Inaugurando a sede, a retrospectiva Iberê Camargo – Moderno no Limite reunirá 89 obras de todas as fases do artista conhecido por séries de retratos e telas abstratas com carretéis e imagens de ciclistas. A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Mônica Zielinsky, responsável pela curadoria da exposição ao lado de Sônia Salzstein e Paulo Sérgio Duarte, descreve a impressão de ver o extenso legado no prédio novo: “Foi uma surpresa. Conseguimos ter idéia do conjunto da exposição de qualquer andar, já que podemos visualizar todas as salas ao mesmo tempo”.

A mostra é temporária e reúne parte do acervo da Fundação ao lado de obras garimpadas entre colecionadores particulares, resultado de um longo trabalho de catalogação que a professora realiza há alguns anos. “É muito dificil ter noção da obra completa de Iberê, afinal foram 55 anos de produção. Só em gravuras, temos 4 mil catalogadas. Pinturas a óleo chegam a 1,2 mil”. Em setembro, a exposição segue para o Museu Niemeyer, em Curitiba. Depois disso, o acervo ficará exposto na nova sede.

Realizando oficinas de arte e programas educativos desde sua inaguração, a Fundação conta com leis de incentivo e patrocinadores para continuar a manter o novo prédio, mesmas fontes financeiras de onde foram obtidos os R$ 40 milhões investidos em sua construção. Tendo como conselheiro e presidente o empresário Jorge Gerdau, ainda é um dos poucos empreendimentos culturais que não levam no nome o logotipo do patrocinador.



A antiga sede, a casa onde viveu Iberê e hoje mora sua esposa Maria Camargo, continua como braço da Fundação e dá continuidade as atividades já realizadas lá, como o Programa do Artista Convidado do Ateliê de Gravura, onde o convidado a cria, durante uma semana, gravuras inéditas. A partir de agosto, um ciclo de palestras acompanhará as mostras, começando com nove encontros que discutirão a pintura moderna, expressionismo e contemporaneidade da obra de Iberê. Até o fim do ano, os artistas Jorge Guinle e Alberto da Veiga Guinard terão exposições individuais também acompanhadas de palestras.


1 comentários:

Prof. Didone disse...

oi camila... muito legal essa tua postagem sobre a nova sede do Iberê... Coloquei um link de postagem para o seu blog no meu...
da uma olhadinha:
www.misterchiba.blogspot.com

Abraços, Joel Didone.