sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

arte para deleitar estranhos


Quando criança, o artista plástico carioca Cildo Meirelles deparou-se com um objeto que iria influenciar sua trajetória até a idade adulta. Nos arredores de sua casa, numa estreita rua onde costumava brincar, achou uma casa em miniatura. Delicada e cheia de detalhes, havia sido ali deixada por um andarilho que passara a noite construindo-a, enquanto aquecia-se ao lado de uma fogueira.

O jovem Cildo, então com sete anos, viria a descobrir mais tarde que aquela era a representação da arte que é feita para deleitar estranhos. A arte que, de algum modo, consegue ligar indivíduos mesmo a distância. E, por que não, a definição de sua própria obra.


Esta é uma das histórias do documentário Cildo, dirigido por Gustavo Rosa de Moura, em cartaz durante os dias 9, 10 e 11 de janeiro na Tate Modern, em Londres (sem previsão de estréia no Brasil). A galeria, considerada o templo da arte contemporânea mundial, recebe pela primeira vez uma exposição individual de um artista brasileiro vivo. Durante os 83 minutos de filme, o visitante percorre a trajetória do artista, ao mesmo tempo em que passeia pela retrospectiva apresentada no museu londrino.

O próprio artista disserta sobre a arte moderna, sua obra e vida. Relatos familiares tornam-se passagens interessantes, assim como uma certa insistência do artista em falar sobre Michael Collins, o piloto do módulo lunar Apollo 11, cujo nome é pouco lembrado.

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