quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vik Muniz em grande retrospectiva


(clique nas imagens para ampliar!)


Chocolate, diamantes, brinquedos, lixo. O que estes e outros materiais tem em comum é a habilidade de se transformar em matéria prima para arte, desde que estejam nas mãos do paulista Vik Muniz. Aliando escultura e fotografia, o artista cria imagens e retratos, sob forte influência pop, que viraram sua marca registrada. Com diamantes, por exemplo, moldou divas do cinema americano e europeu. Com feijões, Che Guevara. Com geléria e pasta de amendoim, Monalisa.

Conhecido, e aplaudido, mais internacionalmente do que em seu próprio país, o artista chega ao Brasil em grande retrospectiva, intitulada Vik, em cartaz no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, desde a quinta-feira 22. Em abril, aporta no MASP, em São Paulo.





Radicado nos Estados Unidos há mais de 20 anos, o artista considera esta uma mostra importante. “O publico brasileiro com quem eu tenho tido contato nos últimos anos que tem sido, de certa forma, bastante especifico. Gente ligada à arte que vê o meu trabalho com um misto de desconfiança e orgulho”, diz em entrevista à CartaCapital. Esta talvez seja a primeira oportunidade do artista de dialogar com um público mais amplo em seu país de origem. “O que me excita é a abertura com gente que fala a minha língua e vive a minha cultura. É com eles que sinto ter um compromisso”, completa.

A mostra reúne 131 peças, que segundo artista, são feitas para serem minuciosamente observadas. “Quando uma imagem é interessante, o espectador inicia um diálogo consigo mesmo. Uma parte do cérebro, intuitiva e sensual, pergunta como ou por que. A outra, lógica e objetiva, tenta responder. A exteriorização completa deste diálogo atrofia a lógica e o discernimento através do exercício único dos reflexos”, diz.



Único brasileiro a ser convidado pelo Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York, para comandar a curadoria do Artist’s Choice, em cartaz desde dezembro do ano passado, Muniz diz não esquecer a influência tropical, apesar de sua obra expressar pouca brasilidade. “O Didi, dos Trapalhões, sempre que mencionava um filme, citava A Volta dos Que Não Foram. Eu sou o ideal protagonista desta mitológica película”. A referência ajuda a acusar a idade do artista, hoje com 47 anos. “O Brasil dentro de mim que me faz ver e traduzir o mundo de uma forma especial e útil. Porém, a frequente necessidade de uma caracterização nacionalista produz uma interferência supérflua na percepção do meu trabalho”.

Vik Muniz não tem receio de montar projetos grandiosos. Em 2005, trabalhou com proporções gigantescas ao desenhar, com o auxilio de técnicos e escavadeiras, sob grandes superfícies de terra batida (veja vídeo aqui). A série de fotografias Pictures of Earthwork, feitas durante um voo de helicóptero, foram expostas no Brasil, em 2007. “Agora estamos estudando uma forma de produzir imagens utilizando milhares de pessoas na China”. Exageros a parte, pode ser que ele consiga.




p.s. - depois vou postar a entrevista completa!

2 comentários:

E-Blogue.com disse...

Olá Camila.

Somos o zine virtual E-Blogue.com e acabamos de enviar, para o e-mail que você disponibilizou aqui no seu blogue, um convite.

Um grande abraço!
Equipe E-Blogue.com

AndreS disse...

Muito boas as obras do Vik Muniz.

Muito bom o blog também.