quarta-feira, 1 de abril de 2009

inéditas de tomie


A produção recente da artista nipo-brasileira Tomie Ohtake está reunida na mostra Gravuras Recentes, no instituto que leva o seu nome, em São Paulo. Produzida em 2008, a série de doze gravuras é um estudo sobre o horizontal e o vertical e a maneira como o espectador percebe ambos os sentidos.

Se por um lado, os horizontes nos lembram paisagens, os verticais brincam e comportam-se como o corpo humano. Conhecida por pinturas que esbanjam camadas de cores, as gravuras de Ohtake são mais diretas, resultado da própria técnica utilizada. “Assim como em suas telas, Tomie Ohtake também principia suas gravuras através de desenhos e maquetes, mas, como é próprio desse suporte, sem o controle posterior permitido pela pintura”, diz Agnaldo Farias, responsável pelo texto de apresentação da mostra.

Aos 95 anos, a artista trabalha com chapas de metal, desenha diretamente sobre elas e define manchas de cor. Ao mesmo tempo em que trabalha com vermelhos, mostardas e lilases, é capaz de repetir a mesma série em preto e branco. Segundo Farias, a referência a imagens naturais, como montanhas ou mares, pode sugerir que a artista trabalha com o figurativo, que acredita ser um equívoco. “A artista premeditadamente localiza as imagens numa região entre o familiar e o estranho, uma terra de ninguém, onde a significação apenas roça as formas sem conseguir finca-se nelas”, ele diz.

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