segunda-feira, 27 de abril de 2009

verão índio

A junção de dois mestres das histórias em quadrinhos italianas chega ao Brasil este mês, com longos 22 anos de atraso. Verão Índio (Conrad, 152 págs, R$ 49,90), lançada originalmente em 1987, alia o roteiro de Hugo Pratt aos desenhos de Milo Manara e foi considerada uma das HQ’s mais importantes do século XX.

Nos Estados Unidos do século XVII, uma garota de um vilarejo puritano é atacada sexualmente por dois indígenas. O episódio é mostrado nas primeiras dez páginas e a ausência de diálogos intensifica a maestria de Manara ao ilustrar cenas de impacto. Depois do ocorrido, a guerra dos nativos contra os colonos europeus ganha força, envolvendo uma pequena família de renegados, que vive perto do vilarejo. A história do clã acaba por servir de pano de fundo para Pratt construir no roteiro a identidade de uma nação em formação, narrarando episódios de selvageria, incestos e abuso de poder.

O característico traço de Manara, considerado o mestre do quadrinho erótico, dá vida a personagens sensuais, homens robustos e mulheres cheias de curvas. Mas além de chamar atenção pela conotação sexual, o estilo de Manara é permanente nas cenas de guerra ou paisagens, compostas por cores fortes que se tornam ausentes quando são narrados flash-backs. Pelo enredo e produção, Verão Índio se torna um exemplar essencial para os apreciadores do estilo.

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